Já aqui falei sobre a decadência de nós próprios, naquele célebre Post em que mencionava a confusão entre o buraco da máquina de lavar roupa e o caixote do lixo, sobretudo se ambos coabitam a mesma cozinha ou divisão de trabalho. Com essas coisas que me dizem respeito ainda consigo gozar um bocado.
Mas aqui na Serra o que me custa é ver a decadência dos que me são próximos, daqueles que compartilharam mais de 30 anos da minha vida e que agora, fruto do passar dos anos e da filha de p*** da “sorte” que lhes calhou, estão cada vez mais incapazes para fazer a sua vida independente.
Destas doenças degenerativas das funções cerebrais – como a mais conhecida Alzheimer - todos já ouvimos falar e se calhar até as vimos nas séries de TV. Mas uma coisa muito diferente é ter de lidar com elas mesmo aqui à mão de semear.
Sobretudo quando o respetivo desenvolvimento meio incipiente ainda permite aos visados terem alguma noção, várias vezes ao dia, sobre aquilo que estão a passar e fazer passar os outros que os rodeiam. Deve ser trágico ter uns vislumbres de lucidez através dos quais se observa a situação em que se encontram, sem nada poder fazer para dar a volta…
Num mundo imperfeito, onde os apoios sociais são cada vez mais filtrados e tenteados, gota a gota, onde é que esta gente tem que se apoiar? Obviamente na família…
Esta é uma Malapata que não desejo a ninguém! E talvez aquela que mais me dá pesadelos.
Bem, feito o desabafo, vamos lá voltar às coisas mais alegres!
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