Pinto da Costa, grande inimigo de "Mouros" poderia muito bem ter definido a "moirama" como os territórios dos imbecis que vivem para baixo do Mondego. Para esse efeito eu sou, decididamente, um "Mouro".
Otelo, o "Mouro" de Veneza, foi tornado célebre por Verdi, embora tal personagem nunca tenha existido de facto.
Por outro lado ainda existe um "Mouro" santo católico, escravo negro, que é o padroeiro dos afro-americanos e dos negros. Tambem conhecido como São Benedito, o negro. Nasceu em Filadelfo, perto de Messina, na ilha de Sicília, Itália, por volta do ano de 1526.
Existe ainda o outro "santo", este não católico, o cirurgião-dentista de profissão Miguel de Orduna Viegas Louro, que faz em Estremoz um dos melhores (talvez o melhor, na minha opinião) vinho alentejano de todos, o célebre "Mouro" que começou em 2000 e do qual ainda se fez o de 2005 (Soberbo!! Bebi-o pela primeira vez, ainda em garrafa de Prova, na companhia do Zé Quitério, do David Lopes Ramos e do Pedro Rodrigues, à conversa com o enólogo\proprietário no Fialho...). Deste "Mouro" que se bebe fica aqui também notícia (tirada do wineept.com):
"É sabido, o primeiro (O Mouro 2000) nasceu de um lote desclassificado pela Quinta alentejana, que o nortenho Dirk Niepoort apreciou, a ponto de o comprar e engarrafar. Mas a história, da adega ao rótulo, não se fica por aí. É digna dos anais do vinho e, sem desfazer no papel de outros actores, talvez um dia possamos contá-la. Basta dizer que as primeiras 200 garrafas saíram com um rótulo provisório, proscrito pela CVR local. A que o produtor respondeu com um esboço da sua lavra, que ainda hoje guardamos...
Bom, entre versões mais ou menos verídicas, a polémica propagou-se e O Mouro deu brado. Então, e o vinho em si? O seu valor intrínseco, polémicas à parte (daí o comentário do produtor...)? Pois, abstraindo a aura que o projectou, sejamos sinceros: não, não é "coca-cola no deserto". Não chega, por exemplo, à complexidade e maturidade do primogénito da Quinta. É mais simples e directo. Entendamo-nos, não é um tinto qualquer. Pelo contrário. Tanto mais interessante quanto a sua estrutura e frescura o tornam um caso à parte na planície. Talvez ainda mais que o primeiro. Este, Miguel Louro e Dirk Niepoort fizeram-no em parceria, procurando não só a singular frescura do 2000, mas taninos ainda mais firmes, menos doces e arredondados que o estereótipo alentejano. Ou seja, como vinho, este será até mais autêntico. Não esquecendo que a palavra deriva do termo latino para "autor"...
Mariquices à parte, fiz este Post de propósito só para lhes dizer que neste fds bebi a minha última garrafita de Mouro de 2005 - paga a uns ...80 euritos, antes da crise - Pudera!! - e estava magnífico!
De tal forma que neste ano ofereci Casa de Zagalos aos Amigos mais chegados, o reserva de 2007 premiado, que é originário da mesma Quinta (do Mouro) e feito pela mesma e enorme personagem do nosso universo vínico. Relação qualidade\preço excelente, vão lá ver se o encontram nalgum lado antes que esgote...
Preço não digo!! Então se o ofereci ia dizer preços?!
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