Todos vimos António Costa a sair de Belém com "o" sobrescrito na mão. No título chamei-lhe "envelope" porque estamos numa altura em que se deve dar importância à cultura francesa.
Este pequeno Post é apenas para enfatizar que nas coisas mesmo importantes nada substitui o papel!
E não me venham com modernices! Experimentem ter no WC pendurado um TM ou um tablet para SMS ou emails e depois digam-me como resolveram o assunto.
Pensando bem é melhor não dizerem.
Suspeito que o "envelope\sobrescrito" dirigido ao A. Costa estava endereçado mas não selado. É falta notável.
Dou aqui exemplos de emissões de selos da República ainda em circulação e que poderiam ter sido utilizadas com grande vantagem nesta ocorrência:
- 400 anos da 1ª Edição da Peregrinação (espero que o convite para formar governo não leve tanto tempo).
- Fado - Património da Humanidade (este é o nosso triste fado).
- Centenário do Salão dos Humoristas (rir ainda é o melhor remédio).
- Engenharia Portuguesa (de notar a sua aplicação à área financeira).
- 900 anos da Ordem de Malta (pois quem se lixa se isto não se resolve rapidamente é mesmo a "malta").
2 comentários:
Fernando Pessoa escreveu sobre este assunto. Vale a pena relê-lo:
"Nenhuma carta deve estar sem resposta mais de 5 dias, sendo nacional, ou 10 dias sendo estrangeira. Uma demora maior obriga legitimamente a apresentar uma desculpa, em geral falsa, e que, ao contrário do que em geral julgam os que pedem desculpa, é quase sempre tida por falsa, mesmo que seja verdadeira. Ou a carta não tem resposta, e não se lhe responde; ou tem resposta, e se lhe responde logo; ou não pode ter resposta logo, e então escreve-se dizendo isso. A fama de ser atencioso e cortês vale mais que uma estampilha. É uma publicidade barata."
Fernando Pessoa. in Revista de Comércio e Contabilidade, nº 1. Lisboa: 25-1-1926.
Grandes verdades. Ontem como hoje!!
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