Tirei dois dias de férias para tratar das maleitas da minha santa cá de baixo, e as idas e vindas a médicos e hospitais não permitiram estar aqui no blogue mais tempo. Alguma coisa publiquei no "Face", sobre a homenagem a Margarida de Abreu no Museu Nacional do Teatro e da Dança e ainda sobre o dia especial em que recebemos os clientes e amigos na estação principal de Aveiro com sucesso absoluto em contactos e em receita.
Para além disso, outra razão desta ausência tem sido a necessidade de fazer eu próprio fisioterapia todos os dias, entre as 8h e as 9h da manhã. Para quem é predominantemente matinal, começar o dia no serviço a trabalhar apenas depois das 9h é um absurdo. Normalmente a essa hora já levaria quase 1 hora e meia de trabalho diário se não fosse esta história da fisioterapia.
Tenho o problema do "dedo gatilho" a espalhar-se pelos dedos das duas mãos, e lá que incomoda não o posso negar. É uma inflamação das bainhas onde correm os tendões que esticam os dedos e que resulta na perda de flexibilidade, dor , e em casos mais graves na impossibilidade de abrir o dedo, que fica assim arqueado e colado à palma da mão.
Antes de operar há que experimentar reduzir a inflamação com laser e ultra-sons. Daí estes exercícios matinais.
Porque me apareceu isto? Ninguém sabe bem dizer as causas. Quando era novo abusei do corpo e porque fazia muito desporto algumas vezes levei infiltrações nas articulações dos cotovelos, joelhos e até no ombro direito. Pode ser essa uma das causas. Alguns destes tendões prendem na articulação do cotovelo.
Imaginem descascar batatas com o dedo mindinho esticado, Ou escrever várias frases com a mão direita nas mesmas condições...
Nestas condições achei graça a um dos médicos da minha mãe, a quem ela se queixou que
-" já não conseguia subir e descer as escadas a correr, como era costume."
O médico só lhe disse :
-" Olhe, não consegue a senhora nem eu! E tenho menos 25 anos!"
A noção de que o corpo a partir de certa idade começa a atraiçoar o "dono" estava na minha cabeça como uma questão mais teórica do que prática. Começou agora a ser do domínio mais prático, e isso - tenho que o dizer - chateia-me bastante.
É a vida...Em vez de virmos equipados com um simples botão do "On" e do "Off" somos obrigados a assistir à decadência faseada das nossas faculdades.
Como dizia o grande amigo (já falecido) General Euclides Pontes, que foi por muitos anos Presidente da Federação Brasileira de Filatelia, "Carregar a sua própria carcaça não é mole não!"
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