Em Lamego prestei homenagem a essa grande figura que é o Sr. Professor Orlando Lourenço, responsável pelas marcas Raposeira e Murganheira, uma figura incontornável para estudarmos a moderna evolução do mercado do vinho em Portugal, sobretudo no caso mais particular dos espumantes.
Bebi sempre espumantes Raposeira nas suas versões mais modernas de Reservas Blanc de Noirs e Blanc de Blancs ; e ainda o "Peerless" - espumante criado para desafiar a malta nova a sair da tirania da cerveja.
Sobre este último , de que gostei bastante, disse a Revista de Vinhos:
Citrinos amargos e doces, flores secas, seiva e especiarias, muito profundo mas com frescura. Leve e fresco na boca, com mousse cremosa e bolha de médio porte, minerais a dar salinidade e boa secura no final firme e focado.
E eu não diria melhor...
A gastronomia tradicional de Lamego sempre esteve ligada ao cabrito e ao bacalhau. Isto sem esquecer a inevitável "bola de carnes", neste momento também já generalizada para bolas de bacalhau, de sardinha e de galinha... Sempre na velhinha "Pastelaria da Sé".
Como o almoço foi a convite da edilidade local ( e sem história) não tive ocasião de testar os fornos restaurativos. Quem sabe da poda recomendou que valeria a pena visitar os restaurantes : Paraíso, Vindouro, a Mina e a Cova do Barro (Britiande).
O meu pai costumava ir ao antigo "Filipe" na rua por detrás da sé. Acho que ainda existe, mas não testei pelos motivos referidos.
Salvou-se desta deslocação o magnífico almoço no Santa Luzia, em Viseu. Nessa casa que hoje em dia e por virtude do "despesismo socrático" está agora apenas a 40 minutos de Lamego, comi um superlativo arroz de míscaros com vitela grelhada. Daqueles para recordar muito tempo depois...
Sou a favor da tomada de espumantes nacionais em qualquer dia, como aperitivo ou até substituindo os cocktails de final de tarde.
Bebemos normalmente espumante em Portugal para comemorar a entrada do ano novo ou em casamentos e outros dias de festa. Falta generalizar esse consumo a todas as ocasiões.
Historicamente esta bebida era associada em França às festas da alta nobreza e do palácio de Versailles. Depois da Revolução Francesa a bebida democratizou-se e passou a ser utilizada para substituir rituais religiosos. Quando um barco era inaugurado, por exemplo, em vez de chamar um padre para abençoar com água benta, as pessoas começaram a usar o champanhe. O costume rapidamente se estendeu para baptizados e casamentos.
Cito Luís Lopes Ramos, director da Revista de Vinhos, um bairradino de gema louvando os espumantes:
Nunca pensei nisso a sério, mas provavelmente abro em casa 4 ou 5 garrafas por semana, e isto numa semana “normal”. Porque se organizar um jantar com 3 ou 4 casais amigos, só esse evento consome pelo menos outro tanto. O bairradino bebe espumante antes de se sentar à mesa (sempre), durante a refeição (dependendo do prato) e depois da sobremesa (com frequência).
E Olé!!
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