sexta-feira, maio 29, 2015

Para Descansar a Vista

De André Breton (1896; 1966)  um belo poema: Para sempre.

Breton é uma das mais importantes figuras do surrealismo de todos os tempos. Fundador da revista "Litérature" , combateu pelos aliados na 1ª Grande Guerra  e  refugiou-se nos USA durante a ocupação alemã da França durante a 2ª Grande Guerra.

Poeta, filósofo, artista e galerista a ele se deve o lançamento na senda da arte moderna de Pablo Picasso, Joan Miró e Max Ernst, entre muitos outros.

O quadro aqui reproduzido é de Max Ernst.



Toujours
Ah voilà le retomber d'ailes inclus déjà dans le lâcher
D'emblée la voûte dans toute son horreur
Le mot polie rouillée et poule mouillée
Qui ronge le dessin de l'orgue de Barbarie

 Il n'est pas trop tôt qu'on commence à se garer
A comprendre que le phénix
Est fait d'éphémères
Une des idées mendiantes qui m'inspirent le plu» de compassion
 C'est qu'on croie pouvoir frapper de grief l'anachronisme
Comme si sous le rapport causal à merci interchangeable
Et à plus forte raison dans la quête de la liberté
A rebours de l'opinion admise on n'était pas autorisé à tenir la mémoire
Et tout ce qui se dépose de lourd avec elle
 Pour les sous-produits de l'imagination
Comme si j'étais fondé le moins du monde
A me croire moi d'une manière stable
Alors qu'il suffit d'une goutte d'oubli ce n'est pas rare
Pour qu'à l'instant où je me considère je vienne d'être tout autre et d'une autre goutte
 Pour que je me succède sous un aspect hors de conjecture
Comme si même le risque avec son imposant appareil de tentations et de syncopes
En dernière analyse n'était sujet à caution...

André Breton

quinta-feira, maio 28, 2015

Preços de Lisboa





Existem restaurantes por esse país fora que praticam os chamados "Preços de Lisboa". Outros não, têm propostas mais "maneirinhas" para o bolso do visitante.

 "Preços de Lisboa" foi um termo que comecei a usar (sem querer direitos de autor) para referir o preço elevado dos pratos e dos vinhos nas outras regiões do país, onde era suposto - em teoria - que restauradores e clientes estavam (bem) habituados a alguma contenção nas margens impostas.

Esta "teoria" tem vindo a desaparecer. A uniformização do IVA ( e a sua subida!) não ajuda a manter preços muito diferentes. E com a globalização da economia o que se verifica é que muitos hoteleiros recorrem aos mesmos fornecedores "Liedls", "Continentes",  "Makros" e outros assim, desde Vila Real de Santo António a Caminha.

Há 20 anos quem vinha da Invicta ao Porto de Santa Maria sabia que ia ao mais caro restaurante do país, e fazia gala nisso mesmo. Mas se lhe pedissem no Lusíadas, Chanquinhas, ou no Dom Manuel
 (de saudosa memória) os preços de kg (de peixe e marisco) do Santa Maria, mandava os respectivos donos ao médico da cabeça...

Claro que havia excepções: o "Fialho" sempre foi chamado a "Ourivesaria de Évora". A "Linda" de Viana do Castelo alinhava em preços pelo Guincho (mais ou menos). Para não falar dos "estrelados" do Algarve que então se começavam a destacar no panorama da cozinha criativa nacional.

Hoje, como expliquei, a norma será a harmonia das cartas de vinhos e de comidas ao longo do rectângulo . Mas continua a haver locais onde, por milagre dos proprietários ou por dedicação quase exclusiva a fornecedores locais, o preço da refeição é sempre mais convidativo do que na capital do império, mantendo-se mais ou menos constante o que enfardamos.

A carta de vinhos é sempre uma bitola interessante para julgar estas coisas. Enquanto que o Barca Velha , o Batuta e outros do tipo roçam sempre os 350 euros - independentemente da região do país -  já nos vinhos mais "normais" , embora de qualidade, se podem detectar algumas diferenças. Por exemplo, reparem nos preços do "Soalheiro". Podem ir de 18 euros a 25 euros. São quase 40% de diferença...

No "Arcoense", em Braga, casa de altíssimo nível, não detectei grandes diferenças entre aquilo que estou habituado a gastar aqui em Lisboa ou em Cascais.  Mas no também impecável "Carvalheira" de Ponte de Lima é certo e sabido que se come (até à exaustão) por cerca de metade dos preços sulistas.

Quem se abastece de vinho à porta das Adegas Cooperativas ou em produtores locais pode apresentar uma carta muito mais equilibrada ( para baixo).  Mesmo que utilizando o clássico factor de multiplicação da restauração, que por norma é já de 150%...

Um Vinhão de Ponte de Lima custa 4€ e pode ser vendido por 10€. Um Soalheiro pode custar à porta da quinta de Melgaço 8€ e, como eu disse, pode estar nas cartas a 18 € ou a 25 €...

Agora atentem nisto: Uma refeição para duas pessoas, com pata negra de Jabugo (prato grande); lavagante vivo nacional ( 1,2kg) ; Sarrabulho completo (com o arroz dito cujo e mais uma travessona de rojões, belouras, tripas, fígado e tudo o resto que é canónico); duas garrafas de verde branco Loureiro "Escolha"; 2 Pudins do Abade; 2 whiskys velhos: 2 cafés.

Quanto?

Pois...se fosse em Lisboa?  Não menos do que 250€. No Minho? 140€...

Eu gosto do Minho!!!

domingo, maio 24, 2015

A semana que entra e o mês que sai...

Na semana que começa daqui a bocadinho tenho a vida ocupada fora de Lisboa. Vou a Braga reunir com os responsáveis do Theatro-Circo (centenário este ano) e ainda com o Sr. Director do Seminário Menor, que leva já 90 anos a formar sacerdotes.
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Combinei já uma "visita" ao clássico restaurante "Arcoense", uma das catedrais de Braga. E direi como se passou. É sempre um regresso que costuma ser épico... Espero que nessa altura já possa trincar.  Por enquanto estou a dieta de "meios sólidos"...

Depois é a entrega dos Prémios AHRESP de 2014 - Venho a correr de Braga para chegar a tempo.

Antes da partida para a velha cidade romana do Sr. Augusto, na Segunda Feira, tínhamos combinado um arrozinho de línguas de bacalhau na Horta. Fugirei para lá assim que acabar a cerimónia do Carimbo Comemorativo no Picoas Plaza ligado às questões da Sustentabilidade Ambiental. E, de novo, espero bem que a p*** da cirurgia ao maxilar me permita apreciar a mestria da Paulinha.

Um gajo (moi) confia nos cirurgiões-dentistas quando nos dizem que se tratava de uma "pequena cirurgia", coisa simples... Mas  depois de estar feita e de duas horas a escarafunchar na boca da vítima, lá acabam por dizer:
"- Olhe, tome antibiótico e anti-inflamatório durante 7 dias e evite coisas quentes e frias. Coma , digo, beba líquidos..."

Um raio que os partisse a todos!!

E , já agora, devo dizer e declarar que a boca de um gajo não está feita para lá mexericarem duas mãos e dez dedos, nem dez minutos, quanto mais duas horas!!

Pôrra! Vão raspar os pêlos das pernas das legítimas com uma faca de cortar pão!! Da-se e Carago!!

Pronto. Já desabafei.

 Cabr***!

Já desabafei outra vez.

Finalmente, a partir de 5ª Feira tudo volta à vida normal e é de esperar que haja um Post nesse dia, dando notícia de tudo o que se vai passando.

As fotos no Face podem ir dando uma ideia desta vida airada.

Abraços e Beijos, consoante o sexo dos leitores e a permissão que derem.

sexta-feira, maio 22, 2015

Para Descansar a Vista


Num País onde cada vez se fala mais ( e mal) dá gosto ler meu Mestre Eugénio de Andrade.
Desta vez às voltas com um cão. Que saudades do Pinas...

 Oiço falar

Oiço falar da minha vocação
mendicante e sorrio. Porque não sei
se tal vocação não é apenas
uma escolha entre riquezas, como Keats
diz ser a poesia.
Desci á rua pensando nisto,
atravessei o jardim, um cão
saltava á minha frente,
louco com as folhas do outono
que principiara e doiravam
o chão. A música,
digamos assim,
a que toda a alma aspira,
quando a alma
aspira a ter do mundo o melhor dele,
corria á minha frente, subia
por certo aos ouvidos de deus
com a ajuda de um cão,
que nem sequer me pertencia.

 

quinta-feira, maio 21, 2015

AHRESP (e Arroz de Galinha)


Ontem estive a trabalhar na Comissão de Honra dos Prémios da AHRESP de 2014.  Teremos novidades sobre as escolhas no dia 27 de Maio, na Gala de atribuição dos ditos prémios.

Foi engraçado acompanhar os trabalhos e defender as nossas “damas” perante gente muito empenhada (todos os corpos dirigentes da AHRESP) e conhecedora. A organização do evento, muito profissional, esteve a cargo da GreenMedia.

E teve o patrocínio da Nissan, que nos possibilitou os seus novos veículos eléctricos “Leaf” para irmos almoçar ao Solar dos Presuntos, local onde (por acaso).  estava a malta do Glorioso completa . Tiraram-se fotos com o Jorge Jesus, perguntando-lhe se já tinha assinado com o Sporting… Disse que não.

Restaurantes e Hotéis são um bom sítio para cumprir o prometido e dar a receita do meu “Arroz de Galinha à Antiga”:

A matéria-prima é fundamental. Não se pode fazer um bom arroz , sápido e envolvente, com frangos de aviário. Por isso, comprem no mercado uma galinha das verdadeiras, com penas e tudo. Depois de limpa ponham-na a cozer numa panela com metade de um bom chouriço de proveniência exemplar. A outra metade é cortada às rodelas em crú e vai servir para decorar o tacho do arroz, tostando-a por cima no forno. Na panela podem deitar um fiozinho de azeite, sal, e pimenta preta.

Depois de cozida coam e aproveitam o caldo.

Fazemos de seguida uma puxadinha para fritar o arroz: cebola fininha e alho aos pedacinhos, mais um bocadinho de sal, bom azeite. Em estando alourado refrescamos com vinho  branco e metemos duas colheres de sopa de molho de tomate (já sabem que eu gosto do Barilla Olive) e uma lata de rodelas de azeitonas depois de escorrida.

A Galinha pode ser entretanto limpa de peles e ossos, para introduzir as lascas  no tacho do refogado. Ou então e para quem preferir, pode ser  simplesmente partida aos pedaços , mantendo a “vestimenta” de origem.  

Gosto ainda de introduzir no refogado um bom naco de presunto de qualidade, cortado em pedacinhos.

Apura ainda tudo por uns minutos sem introduzir o arroz.

Deita-se o arroz no tacho – que deve ser largo e de fundo bem espesso -  mexe-se bem e frita-se uns 2 minutos. Depois espevita-se o lume e entra o caldo de cozer a galinha.

Como queremos que vá ao forno mas nunca que seque em demasia, mantendo a desejada sapidez, a proporção de caldo para arroz deve ser de quase 3 para um.

Durante a cozedura testem o tempero de sal  pimenta.

Estando o arroz cozido ( e o forno previamente aquecido) destapa-se o tacho, introduz-se no forno com as rodelas de chouriço por cima e retira-se quando o chouriço estiver tostadinho.”

segunda-feira, maio 18, 2015

Alegrias peculiares


Resultado de imagem para SLB BicampeãoA alegria pode e deve ser contagiosa, mas não creio que nos “manuais de procedimentos” esteja alguma coisa escrita em como a mesma alegria deve evoluir para o vandalismo, a destruição e a pancadaria…

O SLB é BiCampeão! Vivas e barretes lançados ao ar! Abraços e beijos! Tudo a que temos direito!

Mas porquê estragar o que já é muito bom com bebedeiras descomunais, mijo na via pública, tapetes de garrafas partidas,  tiro ao alvo com pedras aos agentes, roubo e destruição de propriedade alheia?

Custa-me a compreender. Deve ser a idade…

E mesmo que entenda que este fenómenos do comportamento “bestial” das claques e das “juves” são transversais ao mundo do futebol e comuns a qualquer emblema, quando se  passa com a malta do “meu clube” fico mesmo lixado. Para não dizer outra coisa…

O comportamento dos grupos potencia sempre o desvario individual. E quer um quer o outro são muito influenciados pela copofonia.

Tenho a felicidade de viver num bairro muito calmo do Estoril. Mas como estamos relativamente perto da Escola de Hotelaria, quando há praxes ou outras movimentações académicas a malta da batina (por noma sossegada e estudiosa) deixa destapar o controlo emocional e vêm em bandos para as ruas perdidos de bêbedos, interrompendo a passagem de carros e de pessoas, deitando-se na via pública, fazendo as necessidades onde calha.

Tudo porque temos um café de bairro que faz o seu negócio vendendo álcool a rodos nestas ocasiões. Pede-se a intervenção da Guarda, já que existe a presunção que muitas das miúdas e miúdos que vimos naqueles preparos não têm ainda idade para beber.  O dono do café diz que o “desgraçam”, faz olhos carinhosos e deixam tudo em banho-maria até à próxima vez…

Terminada a “happy hour” a malta estudantil retoma a sua habitual tarefa de estudar. Andam envergonhados uns dias, mas logo passa.

São inevitabilidades do mundo moderno, dirão os mais experientes e sábios. Pode ser que sejam, mas não somos obrigados a gostar daquilo.
Eu não gosto!

sexta-feira, maio 15, 2015

Para descansar a vista

Há já algumas semanas que me tenho baldado ao poema das Sextas-feiras. Aqui me tento hoje redimir.
No dia em que se soube da morte de B.B.King (deixando a sua guitarra Lucille ”viúva”) dei por mim a pensar como têm semelhanças os Blues e o Fado.


Nem tanto na estrutura musical ou poética, mas sim na forma como são utilizados para “cantar a desgraça” ou adormecer a dor.


Se o Fado nos chegou do Brasil (defesa da origem afro-brasileira é  de Ruy Vieira Nery) e o Jazz em geral (com os Blues em particular) têm génese nas plantações de algodão (música de escravos) é possível pensar que as raízes profundas de ambas as expressões musicais estão em África.


Para rever o grande blues man: http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=video&cd=8&cad=rja&uact=8&ved=0CD4QtwIwBw&url=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3D4fk2prKnYnI&ei=C59VVfXzBsSE7gbY8oHYDA&usg=AFQjCNFtIPxHbVkM3CD0n31m_k25EUhiQg&sig2=YnAlRqnmUfYtaIH5c4Xo-A&bvm=bv.93564037,d.ZGU

De um grande letrista do Fado – Pedro Homem de Mello – aqui fica um belo poema sobre o destino:
 

Fado
Porque é que Adeus me disseste
Ontem e não noutro dia,
Se os beijos que, ontem, me deste
Deixaram a noite fria?


Para quê voltar atrás
A uma esperança perdida?
As horas boas são más
Quando chega a despedida.


Meu coração já não sente.
Sei lá bem se já te vi!
Lembro-me de tanta gente
Que nem me lembro de ti.


Quem és tu que mal existes?
Entre nós, tudo acabou.
Mas pelos meus olhos tristes
Poderás saber quem sou!


Pedro Homem de Mello
Fandangueiro (1971)
In Poesias Escolhidas
Lisboa, INCM, 1983

quinta-feira, maio 14, 2015

Agulhas, ricos e camelos

Continuo lutando para me adaptar ao novo “aparelho”, sobretudo por ter um minúsculo écran de 13”, levezinho para transportar mas pouco prático para escrever durante horas a fio. Já vem a caminho um monitor de 20”. Até chegar estes posts serão mais pequenos.
O novo sistema operativo também não ajuda muito… Mas aqui a grande variável influenciadora é a PDI! Com o aproximar dos 60’s a malta começa a ter traços evidentes de rato toupeira. E o mundo desata a ficar cada vez mais longe. E desfocado…
Evidentemente que esta situação que envolve um queixume  traduzirá problemas de “abundância” – tal como o Jacinto de Paris, cuja melancolia perene se deveria a uma crise  de “Fartura” que o atacara desde que nascera no seu berço de ouro.
O gajo (moi) teve direito a um notebook do melhor e mais moderno que se pode comprar e ainda se queixa!
Pois queixo…Pena não ser um MacBook…
Se calhar ainda existirão portugueses cujo maior dilema na vida é a escolha da côr do Porsche ou a insuportável angústia associada a terem que decidir  entre as Maldivas e as Fiji para uma quinzena de férias…
Mas serão poucos.
A maioria tem de escolher entre o par de sapatos e as actividades extra-curriculares lá na escola dos putos.
Enquanto que muitos dos nossos velhos tomam os medicamentos dia sim, dia não, para fazer render a receitazinha.
Vivemos um tempo de apelo desenfreado ao consumo selectivo, onde se corta na comida para gastar na boutique,  a magreza é estatuto social e onde o mais importante parece ser o que se mostra e não aquilo que se é.
Pobre ou sem-abrigo é para esconder nos ghetos. “Quem os deixou vir para aqui?”
E a presunção da riqueza – apesar de BPN’s, BES,  PT’s e muitos outros etc… - continua a ser passaporte para muito vadio.
O Papa Francisco disse no Brasil: Queria bater em cada porta, dizer bom dia, pedir um copo de água, beber um cafezinho, mas não um copo de cachaça…
Todos temos que traçar um limite… Seja na cachaça ou noutra coisa supérflua qualquer.


terça-feira, maio 12, 2015

Novidades

Em Madrid correu tudo bem, mesmo incluindo a manif das Comissiones Obreras, a entrar pela cerimónia oficial dentro e a impedir a clássica carimbadela dos selos dos dinossauros dos colegas espanhóis, que muito amarelos ficaram com a ocorrência...






O Senhor Secretário de Estado, avisado a tempo do protesto, nem saíu do "coche".




Estive pouco tempo na cidade - que muito "me gusta", já agora - e o almoço foi oferecido pelos colegas, pelo que pouco adiantarei por cortesia.






 Almoçámos numa casa chamada "El Caldero", com cozinha típica de Murcia. Boa morcela de sangue, arroz de marisco assim-assim.






Antes tinha passado por uma casa de tapas - muito justamente chamada "El Cartero" - onde aviei uma sandes de Jamón pata negra e uma caña, por  isso às 14.30h a fome já não era muita.






Resultado de imagem para Selos do LinceOntem estive em Setúbal, para reunião na Câmara Municipal onde se debateu o programa do dia do Concelho - 15 de Setembro, Dia de Bocage. Estaremos presentes  com o  selo dedicado aos 250 anos do nascimento do grande Elmano Sadino. Com sobrescrito especialmente desenhado para a ocasião e carimbo a condizer.



Almocei na Taberna 490. Situada no número 490 da Av. Luisa Todi. Propriedade de uns amigos que conheci na Horta esta casinha tem muito que se recomende, como podem ter visto ontem pela "reportagem" no Face.






Ontem também foi o nosso primeiro Dia Aberto da Filatelia!!


Desde as 8.00h até às 18.00h recebemos os nossos clientes nas instalações da Rua João Saraiva, para falar com eles, para que eles pudessem carimbar as suas próprias peças , etc... Tínahmos um carimbo comemorativo desse dia também.


Mais de 50 fizeram as honras da casa. E ao fim do dia a felicidade de todos, dos que nos visitaram e do nosso pessoal era visível.





Vamos concerteza repetir.









quarta-feira, maio 06, 2015

Em Madrid. Olé!

Parto para Madrid para assistir à inauguração da XVIII Feria Nacional del Sello, onde Portugal ( e os Correios) são país convidado este ano.

Podem ver aqui mais detalhes sff:

http://www.anfil.org/

O tema da Feira de 2015, escolhido para atrair "los chicos", serão os Dinossauros. E nós vamos levar duas emissões para lançar nos dias do certame: as Etiquetas MAV's "Dinossauros que habitaram Portugal" e a emissão de selos comemorativos "Caminhos Portugueses de Santiago de Compostela".

Logo darei notícas via facebook do que por lá se passar. Incluindo "las comidas, por supuesto"!

Próximo Post na Sexta Feira ( se chegar a horas) ou então na Segunda Feira seguinte.

terça-feira, maio 05, 2015

O Jesus e o Lobo (Lopo?)

Julen Lopetegui Argote. Assim se chama o jovem treinador do FCP.  É um basco, nascido em Ateasu, Província de Guipuzcoa.

Os bascos são um povo admirável, antigo de milénios. A sua região - Euskaldunak - abrange  Navarra e País Basco em Espanha e ainda parte do Iparralde, em França. Têm uma língua própria, usos e costumes específicos.

O nome deste basco não é muito fácil de pronunciar para português normal de Lineu. Imaginem para o Sr. Jorge Jesus, treinador magnífico (para certas pessoas) mas com alguma dificuldade em dominar o idioma de Camões.

 Não direi que a sua dificuldade seja semelhante à do conhecido Paulinho dos Charters, actualmente a vender rebuçados "para a tosse" na TV, mas quase.

O homem que "empulga" os jogadores, acha que certas matérias não se discutem porque são do "forno interno do clube" e deixa a conhecida ordem para a táctica: "Vocês os quatro formem para aí um triângulo"...

Estamos a falar, se bem se lembram, do homem que depois de levar 3 a 0 do PSG confundiu na entrevista o Ibrahimovic, avançado que marcou dois dos golos, com Abramovich, dono do Chelsea.

Não acho bem que o amigo Lopetegui tenha vindo tirar desforço desta dificuldade. Seria quase como se fosse bater na avó. Sua, dele.

Deixem lá o jogo nas 4 linhas e  não se faça o Jesus maior "bode respiratório" do que aquele que já é.

Mesmo assim ganhará o campeonatozinho este ano (digo eu).  E isso, caros sócios, deve custar a muita gente. Não só aos  bascos, mas também aos "alvaladenses", bracarenses, vimaranenses e outros que tantos...

É a vida.


segunda-feira, maio 04, 2015

Provar, degustar ou comer? Depende da fome...


"Degustar" é um francesismo ( mais um) que nos chega da Roma antiga via Paris. Significa "avaliação atenta através do paladar" ou ainda  «experiência aprazível de caráter sensorial».

Nesse sentido é semelhante a "provar". Difere do "Comer" porque se ao provares não te agradar a mistela, já não terás de engolir. Comer implica continuidade, provar implica que primeiro há uma escolha.

"Pitance" - já que estamos numa de gaulicismos -  era o termo francês medieval para uma  dose de comida, normalmente fornecida aos trabalhadores do campo.  Se fosse apaladada era "bonne pitance", se nem por isso, poderia ser "maigre pitance". Mas aqueles eram os tempos em que - boa ou má, saborosa ou não -  todos engoliam.

Porque não se sabia o que traria o dia de amanhã...

A carência era tanta que "Bonne"  tanto significava "abundante"  como "saborosa"; enquanto que "Maigre" tanto era entendida como sendo "dose pequena" ou "comida mal feita".

O "pitancier" era o monge que distribuía a ração aos confrades lá no mosteiro ou convento. Não confundir com o cozinheiro!

Comprende-se assim que o "gosto pela comida",  a "valorização do degustar", é uma actividade que hoje se democratizou mas que nasceu junto das classes mais endinheiradas.

Quando Jean-Anthélme Brillat-Savarin escreveu   "La Phisiologie du Goût" (1825) - considerada a obra inventora da ciência e da arte da "gastronomia" - dirigia-se às classes altas. No seu famoso segundo aforismo:

"Les animaux se repaissent ; l'homme mange ; l'homme d'esprit seul sait manger."

Deveria ter posto um asterisco na palavra "homme d'esprit". Explicando que se tratava do homem com cabedais e dinheiro para trocos. Os outros homens tinham corpo mas  não teriam "esprit". Serviam para trabalhar e comer a referida "pitance".

Provar, degustar? Era para o proprietário. O trabalhador comia. Quando tinha sorte. E sem fantasias.

Ou não? 

Ouviram já falar de catacuzes, carrasquinhos, espargos verdes e azedas ?  Plantas dos campos que hoje são luxos, mas ontem eram comeres dos pobres? E com as quais se faziam verdadeiras obras primas da culinária regional?

Ou da forma como o camponês alentejano, com azeite e  água, coentros e alho , sal e pão duro faz um prato admirável que é a "Açorda"?

Haja imaginação. Mas dentro da razão. Porque, ontem como hoje: "Come o que tens e não o que sonhas".