Querias calor? Andavas a gozar com velho pescador das barbas? Espera aí que já te digo... Levas com o molho de chaves na testa que te lixas!
E vai de dar ordem ao Sol para apertar com a gente...
Este S. Pedro é de rancores. Não acho bem.
Agora aguentemos enquanto não lhe passar a tramontana.
Para ajudar a refrescar a mona sugiro um poema mais fresquinho, com sabor, ruído e vista de água (como dizia o velho Afonso da Maia). Bem, aqui o sabor é mais a sal...
Brise Marine
La chair est triste, hélas ! et j’ai lu tous les livres.
Fuir ! là-bas fuir! Je sens que des oiseaux sont ivres
D’être parmi l’écume inconnue et les cieux !
Rien, ni les vieux jardins reflétés par les yeux
Ne retiendra ce coeur qui dans la mer se trempe
Ô nuits ! ni la clarté déserte de ma lampe
Sur le vide papier que la blancheur défend
Et ni la jeune femme allaitant son enfant.
Je partirai ! Steamer balançant ta mâture,
Lève l’ancre pour une exotique nature !
Un Ennui, désolé par les cruels espoirs,
Croit encore à l’adieu suprême des mouchoirs !
Et, peut-être, les mâts, invitant les orages,
Sont-ils de ceux qu’un vent penche sur les naufrages
Perdus, sans mâts, sans mâts, ni fertiles îlots …
Mais, ô mon coeur, entends le chant des matelots !
Stéphane Mallarmé
Nota: Stéphane Mallarmé foi um poeta francês (1842-1898) considerado (com Verlaine) um dos expoentes do simbolismo. Era pouco conhecido até que , em 1883, Verlaine publicou uma série de artigos de Mallarmé intitulados "les poètes maudits". Stéphane Mallarmé foi ainda alvo de um sumptuoso elogio por parte de J. K. Huysmans, ao escrever o romance "A rebours", elogio que o levou a ser reconhecido como um eminente poeta francês. A partir desta altura foi visitado por conhecidos escritores, pintores e músicos da época.
Embora breve e inacabada, a sua obra apresenta-se hoje como uma das que determinaram a evolução da literatura no século XX.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário