terça-feira, junho 04, 2013

Desconfiança!

É oficial. Um estudo feito por uma das mais conhecidas e prestigiadas empresas de Relações Públicas do mundo -  Edelman Trust Barometer Portugal - prova que os Portugueses são dos mais desconfiados povos da Europa. Desconfiam do Governo (claro!) , desconfiam das Instituições, desconfiam das empresas, desconfiam até uns dos outros...

Mas onde o grau de desconfiança é maior (já adivinharam!) é com as afirmações e promessas governamentais. Também o que é que se esperava de uma "organização" que acaba de informar que avança para as medidas de racionalização da administração pública sem pedir opinião aos trabalhadores?

UGT e CGTP estão fora da carroça. O que vai levar à Greve Geral conjunta no dia 27 Junho.  Carlos Silva bem o disse:  damos “um grito de insubmissão” contra os cortes, as medidas de austeridade e a falta de abertura do Governo à negociação com os sindicatos.

Esta greve geral (dela falaremos mais tarde) vai ser pouco vista no sector privado, onde o medo do desemprego ainda supera a raiva contra o Governo, mas é bem capaz de ser massiva no sector empresarial do Estado.

A "desconfiança" não é apenas um factor negativo da nossa personalidade. Se usada no dia-a-dia com conta, peso e medida, profilaticamente,  é assim como a dor: serve para evitar males maiores. O "desconfiado moderado"é  uma espécie de seguro ambulante contra acidentes pessoais.

O problema é quando a "desconfiança" toma conta da personalidade e se afirma como o cartão de visita do cidadão...

Nesse caso, sem valores seguros para onde recorrer, sem personagens probos e visíveis que mostrem o caminho, o que há-de fazer o "tuga"?
Apoiar-se na velha e relha táctica do "salve-se quem puder e  cada um por si".  Bastas vezes traduzida do francês de bidonville como:  "chacun sa biche et les autres que se lixent"...

Neste século ainda existe o demo. Olhem que o Papa Francisco não deixa que se esqueçam disso... E faz muito bem.

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