A campanha eleitoral formalmente começou ontem. Já tinha começado de facto há muito tempo atrás, como todos reparámos... o que nos traz de inédito é que, pela primeira vez desde sempre, nunca o PS e o PSD estiveram tão perto um do outro em termos de projecção de votos como neste momento.
Por outro lado a demagogia de esquerda, a "esquerda simpática" , a "esquerda caviar" do Bloco , conseguirá conquistar (ou estará muito perto disso) um 3º lugar nas preferências dos eleitores nacionais, com quase (ou até ultrapassando) os 500 000 votos expressos.
PCP e CDS, os clássicos refúgios da esquerda militante e da direita saudosista , parece que perdem terreno para uma postura mais moderna e mais charmosa, como a que é proposta ao universo dos eleitores por Francisco Louçã.
José Sócrates e Manuela Ferreira Leite partem para esta derradeira e decisiva etapa do processo eleitoral de 2009 praticamente empatados. Mesmo no debate que os opôs, e que me pareceu interessante , não consegui encontrar um vencedor claro, passem embora as críticas enviezadas posteriores dos comentadores que estão - por um motivo ou por outro - "agarrados" a qualquer uma das duas candidaturas em análise.
Sócrates está mais à vontade em frente das cãmaras. Manuela parece mais genuína e "portuguesa" - até naquela "boca" impensável e muito mal medida sobre os espanhóis e sobre "Portugal não ser nenhuma província de Espanha" (!!??).
Ambos arregimentaram mais de 1,2 milhões de tele-espectadores nessa noite...
É obra para um debate político...
Na guerra das gravatas ganhou a cor Azul. Até o Tio Jerónimo não foi imune àquela que é considerada a cor mais atractiva de todo o espectro...Pelo menos em Portugal.
Partimos com a "tabula rasa" para esta derradeira corrida que tem a Meta à frente... E uma coisa apenas parece ser certa: nenhum dos Partidos em confronto poderá assumir que terá a maioria absoluta.
Quem ganhar, ganhará por pouco ou mesmo por muito pouco...E terá de coligar-se para governar ou , decidindo governar sózinho, terá de se sujeitar aos caprichos de um Parlamento não domesticado.
Um comentário:
Medina Carreira a propósito do lançamento do seu mais recente livro (Portugal que futuro, com lançamento previsto para hoje 14-09-2009) deu uma entrevista à Revista Visão, da qual não resisti em transcrever uma pequena reflexão!!!!
Visão: Neste livro, o senhor decreta o fim da social-democracia e do Estado social.
Medina Carreira: Eu não decreto. A realidade é que decretou. Não há democracia válida se os países não tiverem sustentabilidade económica. Acha que temos uma democracia a sério? Olhe, eu queria uma democracia como esta: o senhor Olmert, primeiro-ministro de Israel, foi acusado de se ter abotoado com uns dinheiros. Vai ser julgado. O presidente da República envolveu-se num escândalo sexual. Foi despejado. O senhor Nixon fez aquela pantominice do Watergate e foi-se embora. Uma democracia tem de ter um sistema judicial que funcione. E em Portugal? É o Freeport, são os sobreiros, os submarinos, os bancos... Tudo! Em Portugal, o Poder não quer que a justiça funcione, porque isso lhe trará dissabores.
Cpts
Judas Escariotes
Postar um comentário