As clientelas políticas dos dois maiores partidos já se habituaram a ter de fazer "umas contas" nas vésperas das Eleições, de forma a tentarem garantir o "emprego" (para não dizer outra coisa que se mete em cima de um fogão) para a próxima legislatura.
Essas "contas" têm a ver com a possibilidade de estarem nas listas do tal Partido (em lugar elegível obviamente!) para a Assembleia da República ou, em alternativa, serem candidatos a autarcas em localidades onde podem vencer com facilidade.
Para já não falar do Parlamento Europeu, cujas sinecuras e mordomias são altamente desejadas também...
A "porca começa a torcer o rabo" logo que os melhores lugarzinhos destes três hipótéticos "lanços de escadas" começam a ficar ocupados. São os favoritos dos leaders do partido que se posicionam sempre bem, e, atrás deles, vêm os infindáveis jogos de influências e de poder local que tornam - por assim dizer - mais animada a vidinha política cá no burgo...
Quando acontece estarmos - como é o caso - no final de um ciclo político, as hostes do Partido prestes a partir para a sua travessia do deserto atemorizam-se.
No risco de ficarem sem os ordenados a que estavam habituados começam a apostar em mais do que um cesto: Lugares no Parlamento europeu , ou no Parlamento Nacional, como rede de segurança caso não vençam as Autárquicas.
É certo e sabido que estas práticas são condenáveis. O povo que vota gostaria de saber que vota mesmo para que certo candidato seja eleito e não para que "fuja" para Estrasburgo caso entenda...
Dizem os "prevaricadores" que essa situação nunca se poria: se fossem eleitos nas Autárquicas nunca ocupariam os lugares no Parlamento Europeu. Mas mesmo assim o caso tem laivos de perversidade, para não dizer desonestidade... De facto quem aposta tudo numa campanha para uma autarquia terá sempre - e também aos olhos de quem vota - uma postura muito mais digna do que "os outros" aqueles que - indo à luta com medo - necessitam da tal rede de segurança.
Compreendo que os leais servidores de um Partido, ou de uma facção dentro desse Partido, tenham que acautelar a vida futura. Alguns abandonaram cargos privados para se dedicarem à vida política, outros sempre viveram da "teta do poder" e não conhecem outra forma de vida.
Mas o problema é que quem vota raramente perdoa estas esquisitices e não deixará de penalizar duramente os candidatos de dupla face. Como , aliás, as sondagens para a Câmara do Porto e de Sintra (onde Elisa Ferreira e Ana Gomes aparecem mal colocadas) bem provam.
O PS, arrepiando este caminho perigoso de garantir os "tachos" à custa da honestidade política, veio no final da semana passada proibir todas as duplas candidaturas.
Aplaudo mas pouco, já que seria essa a atitude normal de um Partido íntegro. O engraçado é que essa postura foi de imediato atacada por alguns notáveis do Partido com argumentos bem fortes:
"- Ou há moralidade ou comem todos! Porque é que Elisa Ferreira e Ana Gomes são diferentes dos outros?"
E de facto, não encontro resposta para essa pergunta...
Essas "contas" têm a ver com a possibilidade de estarem nas listas do tal Partido (em lugar elegível obviamente!) para a Assembleia da República ou, em alternativa, serem candidatos a autarcas em localidades onde podem vencer com facilidade.
Para já não falar do Parlamento Europeu, cujas sinecuras e mordomias são altamente desejadas também...
A "porca começa a torcer o rabo" logo que os melhores lugarzinhos destes três hipótéticos "lanços de escadas" começam a ficar ocupados. São os favoritos dos leaders do partido que se posicionam sempre bem, e, atrás deles, vêm os infindáveis jogos de influências e de poder local que tornam - por assim dizer - mais animada a vidinha política cá no burgo...
Quando acontece estarmos - como é o caso - no final de um ciclo político, as hostes do Partido prestes a partir para a sua travessia do deserto atemorizam-se.
No risco de ficarem sem os ordenados a que estavam habituados começam a apostar em mais do que um cesto: Lugares no Parlamento europeu , ou no Parlamento Nacional, como rede de segurança caso não vençam as Autárquicas.
É certo e sabido que estas práticas são condenáveis. O povo que vota gostaria de saber que vota mesmo para que certo candidato seja eleito e não para que "fuja" para Estrasburgo caso entenda...
Dizem os "prevaricadores" que essa situação nunca se poria: se fossem eleitos nas Autárquicas nunca ocupariam os lugares no Parlamento Europeu. Mas mesmo assim o caso tem laivos de perversidade, para não dizer desonestidade... De facto quem aposta tudo numa campanha para uma autarquia terá sempre - e também aos olhos de quem vota - uma postura muito mais digna do que "os outros" aqueles que - indo à luta com medo - necessitam da tal rede de segurança.
Compreendo que os leais servidores de um Partido, ou de uma facção dentro desse Partido, tenham que acautelar a vida futura. Alguns abandonaram cargos privados para se dedicarem à vida política, outros sempre viveram da "teta do poder" e não conhecem outra forma de vida.
Mas o problema é que quem vota raramente perdoa estas esquisitices e não deixará de penalizar duramente os candidatos de dupla face. Como , aliás, as sondagens para a Câmara do Porto e de Sintra (onde Elisa Ferreira e Ana Gomes aparecem mal colocadas) bem provam.
O PS, arrepiando este caminho perigoso de garantir os "tachos" à custa da honestidade política, veio no final da semana passada proibir todas as duplas candidaturas.
Aplaudo mas pouco, já que seria essa a atitude normal de um Partido íntegro. O engraçado é que essa postura foi de imediato atacada por alguns notáveis do Partido com argumentos bem fortes:
"- Ou há moralidade ou comem todos! Porque é que Elisa Ferreira e Ana Gomes são diferentes dos outros?"
E de facto, não encontro resposta para essa pergunta...
Um comentário:
Como diz e bem, a medida (duplas candidaturas) não é de aplaudir, já que devia ser inerente à honestidade de quem ocupa cargos políticos/ públicos. Esqueceu-se só de dizer que foi tomada por arrasto de medida idêntica, anterior, da direcção do PSD.
Zé Manel Silva
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