Nas Revelações de S. João "O Divino" aparecem estas estranhas figuras a cavalo, sinais e portentos dos fins dos tempos, as grandes (dir-se-ia as derradeiras) forças destruidoras que se vão abater sobre a Humanidade: a Guerra no seu cavalo vermelho, a Pestilência no seu cavalo branco, a Fome em cima de um cavalo preto e a Morte no seu cavalo verde pálido.
Sempre pensei que o mundo, tal como o conhecemos, acabaria por força do cavaleiro que monta o garanhão vermelho (A Guerra). Mas a queda do Muro de Berlim parece que - aparentemente - colocou um travão àquilo que se chamava a escalada nuclear, arrefecendo ainda mais (ou aquecendo, de acordo com as perspectivas) a "guerra fria" entre Ocidente e Oriente.
O cavalo preto da Fome, tal como o seu colega branco da Pestilência (que com facilidade poderíamos hoje em dia generalizar à Poluição) começam a ganhar vantagem nesta corrida maldita pelo factor que mais contribuirá para dizimar os seres humanos neste início do Seculo XXI.
Nunca pensei ouvir de organismos internacionais um apelo a favor do combate à fome na Europa . Leram bem, não em África ou na Ásia, ou sequer na América Central, mas no berço e orgulho da Civilização Ocidental...
Fala-se que a China começou já a alugar\comprar imensas extensões de pradarias africanas para plantar cereais. Diz-se que a diversidade na busca de alternativas biológicas ao petróleo, derivadas dos cereais, pode levar à escassez de milho e trigo. Finalmente, já ninguém consegue esconder que a pesca - mesmo a de profundidade e de alto mar - cada vez captura menor quantidade de pescado e este cada vez mais pequeno, sinal de que os cardumes não têm tempo de amadurecer.
Para onde vamos? Ainda há caminho? Teremos que impor limitações draconianas ao crescimento populacional? Ou, como dizem alguns peritos, a própria Natureza há-de cuidar do assunto através do aparecimento de alguma Pandemia que dizime mulheres e homens até que o reequilíbrio planetário seja de novo encontrado?
À falta de algum meteoro de dimensões gigantes que nos apareça por aí abaixo e que meta ponto final neste estádio do desenvolvimento humano...
Que lamentável termos deixado as coisas chegar a este ponto... Como se pode inverter a situação?
Sou, todos o sabem já, optimista por natureza, mas neste caso concreto do abuso das condições naturais, e tendo em conta que o Oriente só agora começa a sentir as necessidades predatórias sobre o meio ambiente que a Europa e os USA sentiram em meados do Seculo XX, juro que tenho dificuldades em olhar para o futuro próximo com olhos de riso.
A não ser, repito, que apareça por aí qualquer coisa que nos meta um "cagaço do caraças" e que auto-limite - por necessidade imperiosa de sobrevivência - este crescimento desenfreado à custa do futuro do Planeta.
É triste estarmos dependentes da roleta russa de um qualquer "Deus Ex Machina" que nos venha cá ensinar contenção e respeito pela natureza. Para já não falar do custo elevadíssimo que tal "lição" poderia custar a cada um de nós, pessoalmente.
Vá lá, faça um esforço e comece mesmo a separar o Lixo doméstico e a reciclar o que puder.
Abaixo os sprays nebulizadores e vivam (de novo) os roll-ons e desodorizantes em stick!
E quanto a 4 rodas... Já ouviu falar dos automóveis híbridos? Ou dos Transportes Públicos?
Há coisas que está na nossa mão mudar... Bem basta aquelas que não controlamos...
Um comentário:
É realmente Dantesco o quadro, que é apresentado e infelizmente são sempre os mesmos a pagar a factura...os que nem voz tem para reclamar,sòmente para agonizar.
Num Mundo, aonde este cenário já foi mais que milhentas vezes badalado. Do que se está à espera ? Não é fatalismo,nem péssimismo, é a uma Realidade, que se abate sobre um conjunto cada vez maior de Pessoas e não é por desconhecimento, nem por falta de meios é por Burrice e Casmurrice de não querer ver o que é evidente. É o modelo de desenvolvimento e de distribuição do valor criado. As assimetrias são cada vez maiores,já não é a selecção Natural é o azar de ter nascido no local e meio errados.
Estamos á espera de uma ecatombe social ainda maior, para depois ir a correr. Depois da casa roubada trancas à porta.Fome e miséria, espectro que está nas mãos de alguns( é preciso que o sintam) fazer parar o seu avanço...mas que só parararão quando lhes cheirar o cú a chamusco...enquanto fôr na casa dos outros...não há problema.
Todos não seremos demais para combater esta situação.
Parabéns Raul pelo sinal de alerta...que cada um faça da sua parte e esperemos que os Senhores da Guerra e do Mundo, sintam( ou sejam obrigados a sentir), façam a sua parte e se deixem de hipócrisias. O que está em risco é Demasiado, para ser uma Roleta Russa.
Mais vale Bem fiz eu, que se eu soubesse, porque pode não haver tempo para o se eu soubesse.
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