quarta-feira, julho 13, 2016

Não ouvir



Estou há alguns dias sem ouvir quase nada do lado direito. O meu colega dos Salesianos e agora  Otorrino em Cascais não me atende o telefone. Deve estar de férias.

Não me parece que tenha sido das emoções da grande final. Se fosse rouquidão talvez. E não atino com o motivo, embora o médico já várias vezes me tenha dito que tenho o canal auditivo muito apertado, perguntando-me se fazia surf...

Parece que é a água fria do mar que pode provocar estes "apertos" do canal. Mas Surf eu não fazia. E o mais que praticava  - no mar - era o tradicional e honrado desporto de boiar.

Agora, boiar dentro de água fria deve ser ainda pior que surfar,  dado que o surfista nem sempre está com  a orelha na água. Mas isso serão detalhes.

O mais importante é que deixei mesmo de ouvir daquele lado e passo a vida a pedir aos interlocutores que se coloquem à minha esquerda.

Muito me tenho lembrado  do Engº Emílio Rosa e dos seus problemas sociais devidos à surdez.

Uma vez estava o presidente da Federação Europeia de Filatelia do lado "mau" dele à mesa (era Emílio Rosa Presidente dos Correios) e não se conteve depois do jantar. Chamou-me de lado e disse-me que se tratava da pessoa mais mal educada com quem se tinha sentado a uma mesa! Nem lhe respondia!

Pudera...O Engenheiro não ouvia nada daquele ouvido. Nada mesmo! E tive que me rir ao mesmo tempo que explicava.

À volta cá te espero! E é bem certo.

Há coisas que não tenho pena de deixar de ouvir.  Mas o mundo não está feito de forma que as coisas boas venham da esquerda e as coisas más nos cheguem do lado direito. É pena mas é a vida...

Por isso abalo daqui a pouco para a CUF para que me façam uma ou duas mangueiradas de desentupimento.

Nenhum comentário: