Estou há alguns dias sem ouvir quase nada do lado direito. O meu colega dos Salesianos e agora Otorrino em Cascais não me atende o telefone. Deve estar de férias.
Não me parece que tenha sido das emoções da grande final. Se fosse rouquidão talvez. E não atino com o motivo, embora o médico já várias vezes me tenha dito que tenho o canal auditivo muito apertado, perguntando-me se fazia surf...
Parece que é a água fria do mar que pode provocar estes "apertos" do canal. Mas Surf eu não fazia. E o mais que praticava - no mar - era o tradicional e honrado desporto de boiar.
Agora, boiar dentro de água fria deve ser ainda pior que surfar, dado que o surfista nem sempre está com a orelha na água. Mas isso serão detalhes.
O mais importante é que deixei mesmo de ouvir daquele lado e passo a vida a pedir aos interlocutores que se coloquem à minha esquerda.
Muito me tenho lembrado do Engº Emílio Rosa e dos seus problemas sociais devidos à surdez.
Uma vez estava o presidente da Federação Europeia de Filatelia do lado "mau" dele à mesa (era Emílio Rosa Presidente dos Correios) e não se conteve depois do jantar. Chamou-me de lado e disse-me que se tratava da pessoa mais mal educada com quem se tinha sentado a uma mesa! Nem lhe respondia!
Pudera...O Engenheiro não ouvia nada daquele ouvido. Nada mesmo! E tive que me rir ao mesmo tempo que explicava.
À volta cá te espero! E é bem certo.
Há coisas que não tenho pena de deixar de ouvir. Mas o mundo não está feito de forma que as coisas boas venham da esquerda e as coisas más nos cheguem do lado direito. É pena mas é a vida...
Por isso abalo daqui a pouco para a CUF para que me façam uma ou duas mangueiradas de desentupimento.
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