quinta-feira, dezembro 10, 2015

O Banco da Malta





O Banco da Malta não é o do jardim onde a "malta" mais experiente joga à sueca. Nem sequer algum banco situado na Ilha de Malta, ou conhecido pelas suas ligações à Soberana Ordem de Malta.

Não senhores! O Banco da Malta é o Banco CTT. Ao qual não chamarei o "novo banco", por motivos óbvios, mas sim o "Banco Novo" cá do burgo.

Fui hoje abrir a minha continha na infante instituição e deram-me um número simpático, o 49.   Pelo menos na terminação acertaram.
Este banco - por enquanto apenas aberto aos trabalhadores dos CTT - oferece ao depositante home banking, mobile banking, transferências e outras operações sem comissões (por exemplo disponibilização de dinheiro ao balcão sem cartão).  Não dá juros nos DO. Ainda não se concretizou esse milagre, mas como estamos próximos do Natal..

Envio daqui calorosas saudações ao recém-nascido e aos felizes Pais. Desejos de muitas felicidades, que não são desinteressados...Quanto mais sucesso tiver,  melhor para a referida "Malta".

Os progenitores são é muitos...Mais de 25,000 accionistas. Bem sei que  se dizia antigamente "Mãe há só uma e Pai nem sempre" , mas isto é abuso...

Um comentário:

Américo Oliveira disse...

Na verdade, "malta" é outra coisa que o mestre Rómulo de Carvalho tão bem soube descrever:

Poema da malta das naus

Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do sol.

Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo.
Pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.

Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das praias,
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.

Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me as gengivas,
apodreci de escorbuto.

Com a mão direita benzi-me,
com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.

Meu riso de dentes podres
ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.

Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.

Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
Do sonho, esse, fui eu.

O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.

António Gedeão