Trago hoje um poema já com vista para 2016.
Deste 2015 ainda não fiz o balanço. Assim de repente não me parece que tenha sido um ano mau...
Como sou sempre optimista receio que essa observação seja pouco fundada. Regressarei a este assunto depois de maior análise.
Mas como do ponto de vista do trabalho já "estou" em 2016 há pelo menos 1 mês, a bulir nas emissões e nas edições que vão sair nesse ano, não me parece mal a antecipação.
Fica então aqui, para não maçar muito, uma pequena "jóia" do grande Alexandre O'Neill.
Aos Vindouros, se os Houver...
Vós, que trabalhais só duas horas
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;
Que do amor sabeis o ponto e a vírgula
e vos engalfinhais livres de medo,
sem peçários, calendários, pílula,
jaculatórias fora, tarde ou cedo;
e vos engalfinhais livres de medo,
sem peçários, calendários, pílula,
jaculatórias fora, tarde ou cedo;
Computai, computai a nossa falha
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;
Que nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos da vossa humanidade.
Alexandre O'Neill, in 'Poemas com Endereço'
quadrúmanos da vossa humanidade.
Alexandre O'Neill, in 'Poemas com Endereço'
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