segunda-feira, agosto 31, 2009
A Chatice dos Aniversários
quinta-feira, agosto 27, 2009
Verde de Inveja!
Por isso – por ter de os levar ao aeroporto amanhã de manhã e fazer a última reunião de ponto de situação – não farei este Post na Sexta feira 28.
Mas, voltando”à vaca fria”, falava eu de férias, aumento de temperatura e obrigação de estar a trabalhar, quando os comuns dos mortais – entre eles alguns colegas meus lambões – estariam de “cú tremido” a jogar golf com o copo de Jack Daniels na mão, filosando muito àcerca da má sorte dos Leões na Champions e da terrível perda que essa infausta ausência não deixará de representar, para o Mundo em geral e para o País em particular…
Não é que eu não esteja de acordo com o sentido das opiniões manifestadas sobre o Velho Leão de Alvalade… Não Senhor! O que me chateia mesmo é que os autores dessas opiniões passeiam placidamente as mãos pelas águas tépidas das piscinas onde se encontram a “lavar a alma” e a coçar os …joelhos , enquanto que o “gordo do galego” aqui fica na Praça D. Luis I a trabalhar, preparando com algumas outras almas penadas a mudança de todos os serviços da Filatelia .
Reparem bem: eu não tenho inveja de ninguém! Apenas questiono porque é que as dádivas divinas e as sinecuras (respectivamente) cabem sempre aos mesmos!
Para descansar a vista
Mas se a juventude viesse novamente do fundo de mim
Problemas nos maiores Operadores Postais do Mundo
Comentários ao Plano 2010
"Penso que emissão dedicada aos queijos e enchidos embora muito interessante será muito generalistas porque não em 2010 emissão dedicada aos queijos e em 2011 aos enchidos !!! Logo se pensa no livro sem pressas "
Comentário ao comentário: Ainda não pensámos bem como vamos fazer... Essa é uma boa ideia.
Comentários Emissão Conjunta
O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.Estarão os selos deste 31 (facial) destinados ao correio normal nacional de Avenças e Máq. Franquiar?
26 Agosto, 2009
Não estou a perceber. A emissão é conjunta só para Portugal? Não parece que os selos do Irão façam referência a isso.
26 Agosto, 2009
Comentário ao comentário: Falha minha que fui buscar drafts do ano passado, preocupado sobretudo com as cores... Não se aflijam porque o selos impressos são de 0,32 Euros e de 0,80 Euros. Quanto ao resto, a Emissão é mesmo conjunta. Mas enquanto Portugal costuma anunciar esse facto nos selos, o Irão nunca o faz nos selos, apenas na literatura anexa.
quarta-feira, agosto 26, 2009
Irão: Desta é que vai ser!
Comentários ao Plano
Como sempre, e é natural, uns estão a mais e outros mereceriam constar no Plano de Emissões. Deixo algumas questões/reflexões/sugestões:. O tema Natal consta do Plano? No caso afirmativo - e tendo presente a imagem inserida -, qual o critério postal-filatélico? Não seria apropriada uma fórmula de franquia tradicional e faciais adequados aos objectos postais da "saison" (cartas/postais do correio normal, nacional e internacional)?. Mais uma vez, é notória a opção por temas para adornar os livros temáticos.... Entre os olvidados (muitos) ficam as sugestões: Centenário dos nascimentos de Madre Teresa de Calcutá e Com. Jacques-Yves Cousteau.
Comentário ao comentário: O Bloco do Natal que ilustra o Post é mesmo para sair ainda este ano de 2009, em Outubro. Mas também existirão Selos com as Franquias tradicionais. Em 2010 não faremos selos de Natal. Quanto ao resto , bem, de facto a Madre Teresa e o Comandante Cousteau são muito importantes para o Mundo. Pode ser que ainda se faça alguma coisa...
terça-feira, agosto 25, 2009
Plano de Emissões de 2010
PLANO DE EMISSÕES DE 2010
VULTOS DA HISTÓRIA E DA CULTURA
500 Anos do Nascimento de Fernão Mendes Pinto
200 Anos do Nascimento de Alexandre Herculano
600 Anos do Nascimento de Gomes Eanes de Zurara
100 Anos do Nascimento de Francisco Keil do Amaral
DATAS DA HISTÓRIA
150º Aniversário do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão
200 Anos das Guerras Peninsulares
100 Anos da Implantação da República
. Bustos da República
. Instituições Representativas da República
TEMÁTICAS
Pão - 2º grupo (Livro a propor)
Elevadores Públicos em Portugal – 1º grupo (Livro a propor)
Instituto Hidrográfico (50 Anos)
Queijos e Enchidos Portugueses (Livro a propor)
Judarias de Portugal (Livro a editar em 2010)
Joalharia de Devoção (Livro a editar em 2010)
Feiras e Romarias
Rock em Portugal
Pedras Ornamentais Portuguesas
Teatro em Portugal
Aqui há Selo
Correio Escolar
Circo
PROJECÇÃO INTERNACIONAL
Europa 2010 – Livros Infantis
2010 Ano Internacional da Biodiversidade
200 Anos do Nascimento de Frederic Chopin e Robert Schumann
EMISSÃO BASE
Transportes Públicos Urbanos – 4º ( e último) grupo
AÇORES
Europa 2010 – Livros Infantis
2º tema (aguarda-se proposta do Governo Regional)
MADEIRA
Europa 2010 - Livros Infantis
50 Anos do Jardim Botânico do Funchal (proposta do Governo Regional)
ETIQUETAS
2010 Ano Europeu do combate à Pobreza e Exclusão Social
Portugal – A nossa Primeira Escolha
Emissões consideradas relevantes
cuja confirmação depende de circunstâncias várias
Campeonato do Mundo de Futebol 2010
(A confirmar-se o apuramento da Selecção Nacional).
(Existem contactos com a editora Leya, com vista à viabilidade de uma emissão.)
Migrantes
(Decorrem contactos com os Correios Argentinos para uma possível emissão conjunta cujo tema seria os Trabalhadores Migrantes de ambos os Países.)
(A confirmar-se a presença de Portugal).
segunda-feira, agosto 24, 2009
Arribas que matam
- De quem é a culpa?
- Porque é que as pessoas "acampam" em locais onde existe a menção de "Perigo"?
- Quem faz inspecção às arribas?
- Porque é que o Ministério do Ambiente e\ou o INAG não decidiram já precipitar a queda das arribas duvidosas por esse país fora?
Até este momento a única coisa positiva que saíu desta tragédia foi a menção de que os "responsáveis iriam modificar a sinalização de Perigo existente nestes locais".
Convenhamos que é pouco...
E algumas jóias do comentário luso tiveram lugar...Elejo como merecedora do Grande Prémio "Chega p'ra lá qu'és Nojento" o inefável responsável pelo Turismo no Algarve que disse:
- "...se fossem turistas estrangeiros que tivessem morrido isto podia ter sido muito mau para o turismo algarvio, sendo assim não há problema".
Se bem disse das Autoridades sobre o combate aos incêndios, mal digo agora em relação a estas situações das arribas nas Praias e do seu enquadramento por quem de direito.
É que se não há dinheiro nem meios humanos para fazer desabar todas as arribas que estão em perigo de derrocada, pelo menos deve haver meios para lá colocarem uns sinais de 4 metros quadrados (no mínimo) onde se explique o perigo que corre quem para lá for dormir...
E se mesmo depois disso as pessoas insistirem? Bem, o melhor então é deixá-los lá ficar. Como sabem aqui neste País ( e nos outros civilizados) só se internam malucos com o consentimento das famílias...
Onde está o Programa Eleitoral do PSD?
Atica a Arder
sexta-feira, agosto 21, 2009
Para descansar a Vista
"PARAÍSO"
Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.
*********************************
Por Vezes...
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos
E por vezes encontramos de nós
em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal" (1959-1962)
quinta-feira, agosto 20, 2009
Pargo? Qual pargo?
Depois há o Pargo capatão (dentex, dentex) ou Mitra (com uma protuberância na cabeça)também conhecido no Algarve por Pargo fêmea. Deste ainda conhecem os entendidos o Capatão de Bandeira! Há o Pargo Africano (pagrus africanus) , o Pargo Mulato ou Pombo (Plectorinchus), e os também muito apreciados Imperador e o Goraz.
quarta-feira, agosto 19, 2009
Sagres do bom Peixe
Então dou-vos um endereço quase secreto, talvez mais conhecido de espanhóis (que passam palavra uns aos outros) do que de portugueses... Trata-se de uma Tasca tascosa mesmo, chamada Catizé (sabe-se lá porquê). Fica numa pequena rua a uns 100 m do Mareta Beach (pequeno hotel de charme à entrada da Praia da Mareta). Perto do Quiosque, por detrás e paralela à rua dos restaurantes e esplanadas, sempre em Sagres, e vale bem a pena procurar um pouco por ela.
quarta-feira, agosto 12, 2009
Para descansar a vista
Antecipando esta nova ausência aqui vai mais um poema .
Aliás, vão dois, do Amigo Alexandre O'Neill.
Estou saudoso e muito beijoqueiro, por isso aí vão os versos:
O Beijo
Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo!
(Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
E que tal estes conselhos que O'Neill dava aos Poetas?
Bom e Expressivo
Acaba mal o teu verso,
mas fá-lo com um desígnio:
é um mal que não é mal,
é lutar contra o bonito.
Vai-me a essas rimas
que tão bem desfecham
e que são o pão de ló dos tolos
e torce-lhes o pescoço,
tal como o outro pedia se fizesse à eloquência,
e se houver um vossa excelência que grite:
— Não é poesia!, diz-lhe que não,
que não é, que é topada, lixa três,
serração, vidro moído, papel que se rasga
ou pedra que rola na pedra...
Mas também da rima «em cheio»
poderás tirar partido,
que a regra é não haver regra,
a não ser a de cada um,
com sua rima, seu ritmo,
não fazer bom e bonito,
mas fazer bom e expressivo...
Alexandre O'Neill, in 'De Ombro na Ombreira'
Mais deslocações
Depois serão alguns , poucos,dias no Algarve, sem Computador e com TM no descanso, para ver se sossego um pouco lá para as bandas de Sagres, reduto da afamada e perigosíssima Lilita!
Em Vila do Bispo, claro, no seu famoso Café Correia mesmo, mesmo ao lado da estação dos CTT.
Próximo Post, correndo tudo bem, será no dia 19.
Comentário aos "Bandeiristas"
Bom dia
Mas no video
( http://videos.sapo.pt/qFcomVMZP3Ftva2Qv0rn )
o que se vê ser substituido é a bandeira dos Paços do Concelho e não a bandeira Nacional.
Ou estarei a ver mal?
Comentário ao Comentário: De facto parece ser essa... Ou será que tiveram de tirar ambas para efectuar a substituição?
Viram por aí uma bandeira??!!
terça-feira, agosto 11, 2009
Uma Noite de Ananases
Do lado de fora da casa existe uma vaga de calor que impregna todas as superfícies duras, como as escadas, as paredes e a propria pedra do chão.
Noites boas para cá ficarmos fora, a contar histórias uns aos outros, olhando para o céu estrelado …
É claro que se previligiam as histórias de terror, ou, como se diz cá em cima, “de meter medo”.
Trago da minha reserva pessoal as histórias da “Cabra de Caparide” e da “Costureirinha”.
A primeira tem a ver com um animal branco – Cabra ou Bode - que apareceria nas noites mais quentes do Verão, pelas estradas mais isoladas de Caparide (perto do Murtal, lugarejo do alto de S. Pedro do Estoril) e que seria um prenúncio certo de morte na família daquele que a visse. É preciso avisar que aqueles lameiros perto da antiga Ribeira de Caparide, até há relativamente poucos anos atrás (30 ou 40) eram palco de estranhas cerimónias nocturnas que se entreviam nos dias seguintes, com sangue de animais e restos de galinhas mortas… provavelmente alguma assembleia de bruxas ou de adeptos do satanismo por ali oficiaria e teria todo o gosto do mundo em afastar dos seus lugares de culto os normais mortais… daí a provável origem da história fantasmagórica… De todas as formas houve gente na minha famíla que jurava e trejurava que tinha visto a célebre “cabra”.
A “Costureirinha” era e foi durante muitos anos um “Mito Urbano”... O da costureira que por Amor se perdera e que teria feito um pacto com o Diabo para conquistar o seu amado… como este pacto tinha dado para o torto – e os pormenores deste assunto variam com os contadores da história – o resultado foi que a costureira tinha ficado amaldiçoada a trabalhar toda a vida na sua máquina de coser, fazendo-se ouvir para toda a eternidade a muitas oficiais do mesmo ofício que, como ela, julgavam ter encontrado o amor na figura de um ou outro apaixonado.
Aqui é que o assunto fica complicado, pois quando eu tinha uns 12 ou 13 anos, muitas vezes ouvi em casa da minha Avó Judite este “barulho” de máquina de coser… Sempre interrompido pelas Avé Marias e Padres-Nossos dos ouvintes, transidos de medo. Poderia ser o caruncho dos móveis velhos (e decerto que seria) mas o facto tal como o presenciei fica aqui relatado.
Na Beira Alta este tipo de histórias tem mais a ver com os maus encontros nos Cruzeiros (cruzamentos de 4 estradas) durante a noite de Sexta Feira Santa ou então com as figuras dos “lobisomens” que por terem feito muitas malfeitorias teriam tido como paga demoníaca o transformarem-se em animais durante as noites de lua cheia, nem sempre lobos, como também bois ou cavalos…
Não sei se por reacção católica a estas histórias, mas o facto é que as santas mulheres de algumas aldeias perdidas da Serra (incluindo a nossa) ainda há muito pouco tempo faziam a antiga e provavelmente pagã cerimónia de “aumentar as almas” exactamente na Semana Santa e nos Cruzeiros das Aldeias. Esta cerimónia um pouco aterradora e que eu ainda presenciei – com cantos fúnebres “a capela” interrompidos pelas célebres matracas, que nos faziam estremecer a todos – tinha por objectivo, tanto quanto sei, pacificar as almas irrequietas do Purgatório que teriam a tentação de se passearem pela Terra e atormentarem os vivos nesta época do ano.
E pronto, são algumas das histórias do terror português que eu sei contar…
Tenho mais algumas no meu alforge, mas ficam para outra oportunidade…
O Estranho Caso da Garrafa Desaparecida
O meu Cunhado , embora esteja completamente à vontade para usar e abusar dos líquidos expostos, nunca lá mete a unha, guardando para as temporadas que passamos juntos a alegria de experimentarmos alguns daqueles rótulos que eram famosos: Passarela, Pellada, FOJO do Douro, Reserva dos Sócios de Vila Nova de Tázem, Sousão de Montez Champallimaud e coisas assim. Tudo dos anos 80 e início dos 90 , do século XX obviamente!
A minha Sogra só entra na Adega para, de vassoura na mão, enxotar os “vadios” dos Amigos do meu cunhado quando por lá se demoram mais do que o normal…
Estávamos assim naquele impasse feito de suspeições e começávamos até a olhar com alguma desconfiança e desejos de vingança para os dois gatos rateiros que sempre (em diversas encarnações) compartilharam o espaço da quinta com a família, o casal de Serras da Estrela e as 3 ou 4 borregas, que eram o entretém do Avô Correia ( infelizmente, e desde a morte do meu Sogro , nao se “renovou” o zoológico, à excepção dos gatos).
A Garrafita que faltava, ainda por cima, era uma das últimas de litro e meio da Quinta da Passarela, um Dão de grande prestígio feito pelo dono original Santos Lima…
Analisado o lIvro da cave verificámos que a última razia às relíquias tinha sido feita pela Páscoa, na minha última estadia. Para o Almoço do Dia Santo tínhamos escorropichado duas Magnuns da Bairrada, Cordeiro de Sousa 91.
Lembrámo-nos então que nessa noite de Sábado de aleluia tínhamos recebido a visita dos Primos o que levou a prolongar o serão por mais umas horas, quase até à hora da Ressurreição… Beberam-se umas garrafas “normais” durante a noite e logo que – à meia-noite - bateram os toques de Aleleuia na torre sineira da Igreja, a malta achou que devia beber a última garrafa à saúde e em homenagem ao acontecimento feliz…
Não podia ser qualquer uma, sempre se tratava da Páscoa da Ressurreição… Lá vai o Raul à Adega amparando-se com as mãos pelas paredes ( et pour cause) apanhou a primeira que entreviu e abriu-a.
Registar no Livro? Àquela hora e nas circunstâncias factuais da cena? Depois de tanto "exercício"? “Ni Hablar”…
Era a da Passarela de 1988! Não há crime sem vítima, e esta acabou por ser encontrada por nós ontem, por detrás de um dos barris, já esventrada e exanguinada mas ainda com o rótulo legível…
Olhámos com alguma tristeza para a nobre garrafa do Dão, não porque fora aberta , mas sim porque nenhum de nós fazia ideia de como estaria o vinho, depois de tanto copo bebido durante tantas horas, pela noite fora.
Então, à saúde da Passarela 1988 e em louvor do trabalho dos soldados da Paz, terminado há pouco tempo naquele fim de tarde…bebemos mais um tintinho à espicha, já que o “Branco” continua na mesma como a lesma…
Fogo na Serra
Para quem conhece a Serra e a região circundante de Seia e de Gouveia, foi muito perto da localidade dos Vales.
Metia impressão ver o como o fumo e as chamas muito rapidamente galgavam matos e terrenos, obviamente aproximando-se das casas. Espectáculo estranho que nunca cheguei a ver assim de tão perto, a não ser quando eu próprio fazia parte dos Bombeiros Voluntários dos Estoris, já lá vão quase 40 anos…
O socorro aéreo partiu a tempo do aeródromo de Paços e felizmente que à 3ª passagem do helicóptero pesado deixámos de ver fumos…
Se fosse assim sempre era bem bom!
Parabéns à minha malta do “Bombeiral” que , desta vez e como aliás quase sempre, estiveram muito bem na fotografia.
segunda-feira, agosto 10, 2009
O Caso do Roubo na INCM
Podem ver aqui a notícia (cortesia do Amigo Bernardo)
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1330406
Tenho algum pejo em comentar este assunto por motivos vários:
a) Conheço pessoalmente o Engº Trigueiros. Fui colega no ISCTE da irmã dele. Nunca me passou pela cabeça que chegasse a este ponto... Fiquei mesmo estupefacto quando a Judiciária divulgou o assunto.
b)A INCM tem culpas no cartório por ficar em seu poder com material filatélico que , nos termos do estatuto do Selo, devia pertencer ao Editor e Emissor CTT. É verdade que apenas este ES de 1985 regula especificamente esta questão e que muito material roubado era anterior a essa data, mas mesmo assim o anterior ES dava já indicações suficientes nesse sentido... E uma pergunta devo fazer ( e já fiz) : o que andará ainda por lá escondido ou abandonado?
c) Finalmente, porque fui envolvido na investigação - como seria de esperar - e por isso estou um pouco aflito para dar pormenores.
Quanto à sentença...Palavras para quê?? Comprem lá uma fotocopiadora rapidinho à INCM....
Crónica de um Dia na Serra
Bem, este ano temos o problema do "branco que só há pouco tempo parou de ferver", factor que muito influencia a ocupação das gentes aqui em cima, como verão...
Como de costume acordo às 6.00 e fico a olhar para o relógio à espera que sejam horas de levantar. Lá para as 7.30H levanto-me, tomo banho, acordo o "senhorio" e , enquanto espero que S. Exª se despache das abluções matinais (é pior do que uma mulher...) venho para aqui escrever.
Pelas 9.00H estamos em Gouveia, tomamos o pequeno almoço e compramos os jornais. às 9,40 estamos em Seia, no Pingo Doce, a ver o que se arranja para o almocinho - o peixe trago sempre de Cascais, mas aqui compro a carne e o resto. Por exemplo, ontem comprei costeletas de vitela e de borrego para experimentar de novo as mãos no grelhador Weber...
Os resultados não foram melhores do que com os sargos. Desta vez deixei a carne mal passada, com medo de a estorricar. A experiência dá qualidade e aprimora o jeito, pelo que estou convencido que daqui a uns 20 borregos e 15 vacas estarei ao nível.
Mas deixem-me continuar.
Chegamos a casa pelas 10.00H e é altura de ir à Adega ver se o "branco" já estará em prova...
Ajudo ao almoço , vamos para a mesa às 12.00H , vê-se o noticiário e depois arruma-se a cozinha.
Pelas 15.00 é altura de dar mais uma saltada à Adega, pois pode ser que entretanto o "branco" tenha mudado de carácter (ou lá o que é ).... Ainda nada. Por isso bebe-se um copito de bagaço geladinho para justificar a deslocação...
A meio da tarde é altura da cachimbada com o meu senhorio, lendo alguma coisa do muito que por aqui temos. Se me der o sono ressono mesmo ali no terraço.
Pelas 18.00 há que pensar nos grelhados do jantar (enfim...) Mas, antes disso ( já adivinharam) vai-se outra vez à Adega, desta vez acompanhados por Amigos que entretanto chegaram, para ver o estado do "branco".
Como infelizmente o "branco" ainda não se pode beber, há que oferecer aos Amigos um Tinto, para justificar a deslocação deles ( e nossa) e em sinal de solidariedade. Tecem-se então muitas considerações sobre o Tempo, os adubos, o vasilhame , etc... Dada a demora neste conciliábulo fraternal, há que beber mais uns tintos antes do jantar...
Janta-se (se tiverem sorte com a grelha) , arruma-se a cozinha e pelas 21.00H faz-se a última romaria à Adega (Exactamente!)
Dadas - infelizmente - as condições do "branco" manterem-se estáveis, bebe-se mais um bagacito geladinho , para a sossega.
Esta (a sossega) chega mais cedo do que parece... Sem contar com o meu "senhorio" que fica a trabalhar na Tese até às tantas, e a minha Sogra que se pendura nas Telenovelas da TVI, eu e o meu cunhado às 23.00H já estamos a serrar presunto, e do grosso!
Em conclusão: Ou o C... do Branco rapidamente "desdobra" ou "aclara" ou lá o que é que os vinhos têm obrigação de fazer nos tonéis, ou então ainda saímos daqui com o fígado estragado... Obviamente que por culpa do Tempo, dos adubos modernos e da trampa do vasilhame!
sábado, agosto 08, 2009
O Raul do Riso
De serviço à Grelha
Temos um grelhador a carvão daqueles circulares e maneirinhos , com 60 cm de diâmetro, o qual tem a grande vantagem de ter rodas e poder ser utilizado tanto nos terraços ou varandas (larguitas...) como nos jardins.
A noite passada e depois da tradicional feijoca à Pastor do almoço, onde se aproveitou para rachar o tonel do tinto do ano passado (bem bom, para vinho feito sem grandes "compusturas") grelhei uns Sargos para o jantar.
Aqueles sargos de meio kg a que em Cascais chamamos sargo de palmo e meio, gordos e reluzentes , são dos melhores peixes que podemos oferecer à grelha.
O pior foi a falta de arte do grelhador de serviço, novato nestas lides do fogo e a sentir muitas saudades do Amigo João Alves, esse sim, perito no manejo das fogueiras...
Comecei logo a meter água no atear do carvão. O "SOB" nunca mais pegava ou lá o que era que se chama a isso. Ao fim de meia hora, meia dúzia de acendalhas e uma pinha seca, muito abanão do "abanico" e alguns litros de suor, o C... do carvão lá ateou.
Depois foi a 1ª experiência de grelhar em cima da chama. Tinham-me dito (ou ouvi dizer) que o material - peixe ou carne - nunca se coloca em contacto directo com a chama, mas sim com as brasas.
Tudo bem, mas uma vez ateado o carvão como é que se "desateia" o mesmo a seguir?
Alguém me saberá explicar? Ninguém sabia. Cunhado e Filho olhavam com algum receio para os sargos crús , com medo que o jantar fosse queijo presunto e pão... A Sogra cozia as batatas, fazia a salada de tomate e cebola, e vinha ao Terraço de vez em quando dizer "Olhe que as batatas já estão cozidinhas..."
Isso também não ajudava, como calculam...
Enfim, lá jantámos eram já 21,30H e ...ninguém se queixou.
Seria a Fome, que no dizer do imortal poeta "Constitui o melhor dos temperos que se pode dar à Vianda".
E tinha razão.
sexta-feira, agosto 07, 2009
A SAM 21
Tratar-se-ia de algum robot malévolo tipo Maximilian ou HAL (só para conhecedores da SF)?
Não senhor!.
A SAM 21 é uma máquina de colar e obliterar fabricada expressamente para os Operadores Postais designados de acordo com as características de cada um (não existem 2 SAM 21 iguais).
O Fabricante é a Firma Stephen Mayer International Lta, de Bristol, United Kingdom. Trata-se de uma máquina importante, com cerca de 3,5 metros de comprido e com perto de 1,000 Kg. Daí os cuidados que relevamos em face à sua desmontagem, transporte e posterior montagem ...
A nossa SAM 21 veio apenas com os módulos de colar selos , em sobrescritos e de acordo com a formatação que desejamos.
Existem também módulos de carimbar, mas infelizmente na altura em que a comprámos, estes módulos não passaram os nossos testes de qualidade.
Actualmente as novas SAM 21 possuem características extremamente inovadoras, com módulos de carimbar irrepreensíveis e de muita qualidade.
Custaria, uma nova SAM 21 com esses módulos, cerca de 200 mil euros.
Valerá a pena, quando supomos que o caminho do futuro será sempre o dos selos auto-adesivos?
Estamos a estudar esta importante questão....
quinta-feira, agosto 06, 2009
Para descansar a Vista
Jorge Borges durante toda a vida sofreu de problemas de visão. Mesmo depois de várias operações não conseguia ler nem escrever... Mas admitia, com resignação, que na sua cegueira nada havia de dramático ou patético, comentando: "...esplêndida ironia de Deus em conceder-me a um só tempo oitocentos mil livros e a escuridão".
A figura do Bibliotecário cego, percorrendo com as mãos as estantes da Biblioteca Nacional de Buenos Aires, sabendo pelo toque e pela sua espantosa memória onde estavam os seus autores e os seus textos favoritos, sempre me fascinou. Tanto ou mais ainda como a sua admirável obra literária, a que até a falta de um Nobel veio - em minha opinião - dar mais prestígio.
As traduções do castelhano são de Fernando Pinto do Amaral, estudioso da obra de Borges.
Os meus Livros
Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim.
As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.
Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"
O Apaixonado
Luas, marfins, instrumentos e rosas,
Traços de Dúrer, lampiões austeros,
Nove algarismos e o cambiante zero,
Devo fingir que existem essas coisas.
Fingir que no passado aconteceram
Persépolis e Roma e que uma areia
Subtil mediu a sorte dessa ameia
Que os séculos de ferro desfizeram.
Devo fingir as armas e a pira
Da epopeia e os pesados mares
Que corroem da terra os vãos pilares.
Devo fingir que há outros.
É mentira. Só tu existes.
Minha desventura,
Minha ventura, inesgotável, pura.
Jorge Luis Borges, in "História da Noite"
Nostalgia do Presente
Naquele preciso momento o homem disse: «O que eu daria pela felicidade de estar ao teu lado na Islândia
sob o grande dia imóvel e de repartir o agora como se reparte a música ou o sabor de um fruto.»
Naquele preciso momento o homem estava junto dela na Islândia.
Jorge Luis Borges, in "A Cifra"
E sobre o Tradutor Fernando Pinto do Amaral, personalidade reconhecidíssima da nossa vida literária:
Fernando Pinto do Amaral (n. 1960), depois de frequentar a Faculdade de Medicina, que abandonou por falta de vocação, licenciou-se na área das literaturas românicas, tendo mais tarde concluído o doutoramento nessa mesma área. É professor na Faculdade de Letras de Lisboa, tradutor e crítico literário. Colabora regularmente no jornal "Público" e nas revistas "Ler" e "Colóquio Letras". Tem comissariado alguns eventos dedicados à literatura, nomeadamente , "100 Livros do Século", ou mais recentemente a comitiva de escritores portugueses no Salão do Livro de Genève. Em 1990 publicou o seu primeiro livro de poesia, "Acédia", a que se seguiram "A Escada de Jacob" (1993), "Às Cegas" (1997) e "Poesia Reunida 1990-2000". De entre os seus ensaios destaque-se "O Mosaico Fluido - Modernidade e Pós-modernidade na Poesia Portuguesa mais Recente" (1991). Traduziu, entre outros, Baudelaire, Verlaine, Borges.
mais mini-férias
Depois interrompo as férias para ir a Mafra, onde os CTT colaboram a 14 de Agosto no Dia da Arma de Infantaria, cujo Patrono é D. Nuno Álvares Pereira, como sabem.
Espero voltar ao serviço - para tratar da mudança da nossa máquina de colar selos SAM 21 da Casal Ribeiro para a Praça D. Luis I - a 19 de Agosto.
quarta-feira, agosto 05, 2009
A Noite das Facas Longas
Tal como José Sócrates já o tinha feito anteriormente - retirando dos lugares elegíveis todos os opositores, desde a linha de Manuel Alegre até à de António José Seguro.
Ontem, como disse, foi a vez do PSD "purgar-se".
A Eleição para o Parlamento, as chamadas Eleições Legislativas, não são em Portugal, actualmente, mais do que um Sufrágio dos Líderes partidários vigentes. Quando ( e se alguma vez...) forem uma eleição de Deputados, então sim, falaríamos a sério.
Mas desta forma, quando o Líder sabe que é por ele, ou por ela, que se ganham ou perdem as eleições, obviamente que faz o que muito bem entende quanto às Listas e aos lugares elegíveis que nelas constam.
E, também como de costume nesta Democracia de fingimento, o "verdadeiro" Líder só quer a seu lado bonecos de porcelana como os que se colocavam há 30 anos nas prateleiras das bagageiras dos automóveis , e que abanavam constantemente para cima e para baixo as cabeças... Lembram-se?
Já aqui referi os perigos que decorrem de um rei absoluto estar rodeado apenas de "Yes Men" , dos fâmulos que apanham as migalhas da mesa do Poder e que, por causa disso, com infinito medo de perderem a mama, são fiéis ao glorioso Líder como os cães são fiéis ao dono.
Em Portugal, no PS e no PSD (para não dizer noutras coisas corporativamente falando) confunde-se muito Lealdade com subserviência e Fidelidade com sabujice.
Mas ninguém se esqueça que quando os alcatruzes da nora recomeçarem a girar - o que será inevitável - os Fiés e os Leais ainda ficam, enquanto que os sabujos e os subservientes, tais como os ratos de porão, serão os primeiros a abandonar o Navio...
O Lider que não quer ninguém a seu lado para temperar , com racionalidade e bom senso, as euforias associadas ao exercício do Poder, perde uma grande oportunidade de se tornar verdadeiramente útil ao seu Povo e ao País.
Mas isto sou eu que escrevo...