quarta-feira, fevereiro 20, 2008

3 Anos de Maioria Absoluta. E em 2009?


António Costa Pinto, um dos maiores politólogos da nossa praça, disse hoje à TSF que será o que se vai passar nos seis meses imediatamente anteriores às eleições legislativas de 2009 que vai determinar o resultado destas.

E mais disse: "- O povo português gosta tradicionalmente de figuras autoritárias, pelo que a prática deste 1º Ministro terá sem dúvida muitas pessoas, em 2009, que ainda a sustentem".

Palavras sábias mas que não nos devem afastar de raciocínios próprios.

Desde logo o problema da Oposição.

Nem Meneses nem Paulo Portas parecem, hoje em dia, credíveis para a maioria da população portuguesa. Jerónimo transformou-se a pouco e pouco ( e é pena) num simples animador do descontentamento popular localizado, mas mesmo assim ainda me parece que está num patamar mais elevado do que o Bloco de Esquerda, que vai a tudo quanto é feira e mercado desde que lhe "cheire a sangue" contra o Governo...

Que hipóteses se vão colocar ao Eleitor em 2009?

A continuidade tem os seus perigos... José Sócrates, para o bem e para o mal, mostrou-se ao Povo: é teimoso (Ota...). Pensa que tem o monopólio da Razão de Estado. Lida mal com a crítica (mesmo que construtiva). Adora os seus próprios maneirismos. Goza com as Oposições, o que é indelicado na vida política civilizada.

Por outro lado também demonstrou saber ser leal (lembrem-se do caso Mário Lino) e tem (aliás, acredita firmemente nisso) uma Visão para Portugal. Melhorou o nível de eficácia dos Serviços Públicos em geral. Aumentou o volume da coleta de Impostos.

Falhou no combate ao Desemprego e estará mais ou menos "empatado" em termos de recuperação da Economia.

Feitas as contas ao fim de três anos há que concordar que são mais os pontos positivos do que os negativos... O problema é que são os negativos aqueles que nos tocam particularmente, porque nos "vão à carteira" todos os dias: a inflacção, o desemprego, a baixa generalizada do nível de vida dos portugueses.

Devemos contudo questionar, com verdade, a dimensão do impacto externo (petróleo, valorização do Euro face ao Dólar, etc...) nesta situação económica de meio "sufoco" que atinge a economia portuguesa.

E talvez perguntar: Se fosse José Sócrates o 1º Ministro no tempo das vacas gordas dos fundos de Bruxelas e do petróleo a 40USD o barril, será que hoje não estaríamos melhor preparados para enfrentar a actual situação?

E , termino como começei, como será em 2009?

Sem prejuízo de algumas manobras de conquista de simpatia eleitoral que, sem dúvida, vão ser tomadas para que os portugueses possam alargar um furito ou dois os cintos (talvez até tendo a ver com Impostos, não o IRS mas o IVA) admito que será o comportamento da Economia Mundial que vai ter uma grande influência na nossa vida política projectada para essa altura.

Caso a tão apregoada crise Norte-Americana caia sobre nós como a tromba de água de Segunda Feira passada, arrastando por indução falências e "fechando as torneiras" do crédito bancário aos particulares e às PME's, será de esperar mudanças na vida política.

A não ser que "alguém" faça uma inversão de 180º na sua estratégia e passe a considerar o Estado como motor do desenvolvimento, passado para este o ónus do investimento reprodutor da economia.

Mas já não estamos em 1994... A ver vamos.

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