Lá foi Prince compor para outras pastagens.
Muito bem escreveu hoje no "Público" sobre ele Vitor Belanciano, a quem tiro o chapéu:
"Foi como se sintetizasse tudo o que vinha de trás (a soul de Marvin Gaye, o jazz de Miles Davis, o funk de Sly Stone, a fisicalidade de James Brown ou a pop dos Beatles) ao mesmo tempo que prenunciava quase tudo o que se seguiria na música popular".
Quando morre um artista o mundo fica mais pobre. Aqui fica um texto belíssimo de Carlos Drummond de Andrade sobre o amor, que nos ajuda nesta reflexão dando-nos esperança.
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário