Não se confunda Bayer ( a cidade da aspirina) com Bayern (região da Baviera, o maior estado federal da Alemanha) que é famosa pela cerveja.
O facto de existirem clubes de futebol muito conhecidos em ambas as cidades será aqui mera coincidência...
Mas hoje não falo de futebol (lá para a próxima 4ª feira veremos se falo, ou se não falo).
Falo de cerveja.
Se me derem a escolher prefiro vinho. Sem pestanejar. Mas também já bebi cervejas muito interessantes, sobretudo na Bélgica.
As cervejas de Munique mais conhecidas no mundo são chamadas " As 6 grandes": Lowenbrau; Hofbrauhaus; Augustinerbrau; Paulaner; Hacker-Pschorr; Spaten.
Nem posso afirmar que bebi de todas. Mas na Alemanha provei com um especialista a "Augustiner Edelstoff" uma Läger de qualidade e que, apesar de me parecer um pouco doce de início, me soube bastante bem a acompanhar uma refeição típica de Munique.
Fui almoçar nessa ocasião - 1994 - com o meu amigo Schneider , homenzarrão que encontrou em mim um parceiro ideal para as comilanças, desgostoso com os outros "clientes" de operadores postais que ele também representava, sempre a fugirem das calorias como o diabo foge da cruz.
Recordo que me "enfiou" nessa tarde pela garganta um tratado de comida bávara e de cerveja da mesma região que parecia nunca mais ter fim: salsicha branca (weisswurst); o joelho de porco assado (schweinshaxe); a couve em "choucroute" (sauerkrat) e para provar no fim do pantagruélico festim, os escalopes panados (schnietzel).
"Unbelievable!" que era o que ele costumava dizer quando pasmava com alguma coisa...
Cada vez que eu ia à Alemanha encontrar-me com ele, era certo e sabido que vinha com mais uns 4 quilinhos... A Natália, coitadinha, não gostava nada.
Mas foi com o Jürgen que aprendi que uma cerveja também pode ter aptidão gastronómica. Por muito que me custasse acreditar.
Bebi com ele umas cervejas artesanais de muita qualidade, de micro-destilarias lá para o "Hinterland" e que ele tinha o cuidado de comprar quando sabia que eu iria aparecer. Não me perguntem pelo nome...
Este nosso amigo era um alemão francófono, que se deslocava a Lyon "para comer" de vez em quando. Fanático do restaurante dos irmãos Trois Gros , em Rouanne, tornou-se amigo de um dos donos e trazia-lhe das tais melhores cervejas artesanais bávaras para levar em troca as "poires" e "cognacs" que ele muito apreciava.
Quando vinha a Portugal eu vingava-me com o nosso peixe magnífico e com os nossos vinhos verdes. Adorava o Palácio da Brejoeira e era um dos melhores apóstolos na Alemanha dessa marca.
E do fado! Nem sei bem porquê amou a nossa canção nacional e tornou-se adepto. Até criou uma tertúlia na sua terra natal para ouvirem fado! Por muito tempo fui-lhe mandando os discos dos novos intérpretes.
Um grande e bom amigo que a vida não tratou muito bem, profissionalmente falando. E é pena!
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