quinta-feira, abril 07, 2016

Cerveja de Munique entre Amigos.



Não se confunda  Bayer ( a cidade da aspirina) com Bayern (região da Baviera, o maior estado federal da Alemanha) que é famosa pela cerveja.

O facto de existirem clubes de futebol muito conhecidos em ambas as cidades será aqui mera coincidência...

Mas hoje não falo de futebol (lá para a próxima 4ª feira veremos se falo, ou se não falo).

Falo de cerveja.

Se me derem a escolher prefiro vinho. Sem pestanejar. Mas também já bebi cervejas muito interessantes, sobretudo na Bélgica.

As cervejas de Munique mais conhecidas no mundo são chamadas " As 6 grandes":  Lowenbrau; Hofbrauhaus; Augustinerbrau; Paulaner; Hacker-Pschorr; Spaten.

Nem posso afirmar que bebi de todas. Mas na Alemanha provei com um especialista a "Augustiner Edelstoff" uma Läger de qualidade e que, apesar de me parecer um pouco doce de início, me soube bastante bem a acompanhar uma refeição típica de Munique.

Fui almoçar nessa ocasião  - 1994 - com o meu amigo Schneider , homenzarrão que encontrou em mim um parceiro ideal para as comilanças, desgostoso com os outros "clientes" de operadores postais que ele também representava, sempre a fugirem das calorias como o diabo foge da cruz.

Recordo que me "enfiou" nessa tarde pela garganta um tratado de comida bávara e de cerveja da mesma região que parecia nunca mais ter fim:  salsicha branca (weisswurst); o joelho de porco assado (schweinshaxe); a couve em "choucroute" (sauerkrat) e para provar no fim do pantagruélico festim, os escalopes panados (schnietzel).

"Unbelievable!" que era o que ele costumava dizer quando pasmava com alguma coisa...

Cada vez que eu ia à Alemanha encontrar-me com ele, era certo e sabido que vinha com mais uns 4 quilinhos... A  Natália, coitadinha,  não gostava nada.

Mas foi com o Jürgen que aprendi que uma cerveja também pode ter aptidão gastronómica.  Por muito que me custasse acreditar.

Bebi com ele umas cervejas artesanais de muita qualidade, de micro-destilarias lá para o "Hinterland"  e que ele tinha o cuidado de comprar quando sabia que eu iria aparecer. Não me perguntem pelo nome...

Este nosso amigo era um alemão francófono, que se deslocava a Lyon "para comer" de vez em quando. Fanático do restaurante dos irmãos Trois Gros , em Rouanne, tornou-se amigo de um dos donos e trazia-lhe das tais melhores cervejas artesanais bávaras para levar em troca as "poires" e "cognacs" que ele muito apreciava.

Quando vinha a Portugal eu vingava-me com o nosso peixe magnífico e com os nossos vinhos verdes. Adorava o Palácio da Brejoeira e era um dos melhores apóstolos na Alemanha dessa marca.

E do fado! Nem sei bem porquê amou a nossa canção nacional e tornou-se adepto. Até criou uma tertúlia na sua terra natal para ouvirem fado!  Por muito tempo fui-lhe mandando os discos dos novos intérpretes.

Um grande e bom amigo que a vida não tratou muito bem, profissionalmente falando. E é pena!

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