quinta-feira, junho 19, 2008

E agora a resposta aos Amigos Filatelistas


O Plano Anual de Emissões de selos tem aumentado nos últimos anos?

Às vezes sim, outras não...Tem andado para a frente e para trás em redor dos míticos 100 Euros.

Também já aqui tive ocasião de pedir aos filatelistas que tivessem um bocadinho de paciência até 2010, pois estamos a organizar a maior Exposição Mundial desse ano aqui em Lisboa (1-10 de Outbro, na Feira Internacional de Lisboa, na Expo) e são os CTT sózinhos que estão a arcar com esse investimento...

Todos os inícios do ano fazemos as contas tentando manter nos 100€ o máximo que um filatelista poderá via a gastar por ano se comprar uma peça de tudo aquilo que fazemos, mas por vezes o Plano ultrapassa um bocadinho essa verba.

É a tal "meia-bica" que pedimos aos filatelistas para investirem por dia no seu hobby...

É muito ou é pouco?

Tudo é relativo e - ensinou-me o meu Pai - que as pessoas de bem não devem olhar para as carteiras dos outros...

Se os Amigos filatelistas acham que é muito, eu também tenho de achar, embora não o pense...

Porque é que não penso assim?

Porque outros hobbys que concorrenciam o nosso exigem investimento mais considerável e não é por isso que "estão às moscas".

Dou exemplos: Quem coleccionar moedas a sério, comprando todas as "proof "que saem da Casa da Moeda , em prata e em ouro, todos os anos gasta seguramente mais que 10X o Valor do nosso Plano Anual de Filatelia e estou a ser prudente.

Quem investe em vinhos de colecção, pelo rótulo ou pelo conteúdo (estão hoje cada vez mais na moda as compras em leilão de Portos, Madeiras e Moscatéis de grandes anos e de casas respeitadas) gastará decerto, só por cada garrafa que adquire, um ou dois (ou 50!!) Planos de Edições de Filatelia portugueses.

E só vou acabar falando no amor pelos livros antigos e por percorrer os alfarrabistas, que é coisa que , pessoalmente, gosto de fazer - Que saudades Amigo Castanheira da Silveira!! -

Sabem quanto custa alimentar esse "vício", fim de semana atrás de fim de semana? Pois é mais caro, ao mês(!) que um Plano Anual de Edições filatélicas de Portugal.
O que quero dizer com isto é que o dinheiro é sem dúvida importante, mas - a este nível dos 100 euros por ano - não acredito que seja essa a mola desmotivadora mais forte para os nossos filatelistas.
Já a falta de "circulados" isso sim, é um problema, afecta a juventude e todos os que começam a coleccionar, atira os filatelistas para o gheto das novidades, do selo actual não circulado, onde não querem estar apenas - e muito bem.

Tentamos combater essa falta com a figura do selo corporate. Como sabem já fizémos 5: com a Gulbenkian (esses sei que curculam) ; com a EDP (penso que circulam, pelo menos já os vi numa carta que me endereçaram); com as ESTRADAS DE PORTUGAl (circulam) ; com o Grupo Águas de Portugal (aqui nunca vi nenhum circulado) e com a Corticeira Amorim (também não vi circulados ainda com o logo, só dos outros).

Agradeço muito as ideias para animar os jovens e recordo que já lançámos o ano passado o "Portugal em Selos dos Jovens" com desenhos do Luiz Duran e textos da Ana Maria Magalhães e da Isabel Alçada. E este pequeno livro, de que fizémos 5000 Exs , esgotou logo em Março e foi lançado depois do Natal de 2007...

Vamos continuar a apostar nessas vertentes , mas sei pelo muito caminho que tenho feito por essa Europa e por esse Mundo que esta luta não é fácil...Nem em Portugal nem em nenhum dos Países onde trabalham os meus Colegas...

Por último um sobressalto meu e uma dor de alma:

Então não gostam do picote em Cruz de Cristo , do picote com a Cruz do Templo? A Cruz que foi nas caravelas, mas que - muito antes disso - era emblema inciático dos Mestres Templários?

Ora essa... Acho que fiquei ofendido e até me vou deitar a pensar nisso para esquecer a derrota com a Alemanha!

4 comentários:

CSilvério disse...

Caro Dr.

Pessoalmente até gosto do picote Cruz de Cristo. O problema são as consequências práticas. Se não se tem muito cuidado no destacamento dos selos rompem-se exactamente pela Cruz. Aliás, quem mais se queixa até são as senhoras da Filatelia cujo trabalho é exactamente esse.

Quantos aos Selos Corporativos ainda não vi nenhuma "genuinamente" circulado. Eu tenho vários (http://meuseloscorporativos.blogspot.com/ ) mas tive de os circular.

Aproveitando estar com a mão-na-massa suponho que sabe que a Direcção de Marketing dos CTT emitiu um selo a propagandear o dito. Para quando é que a Direcção de Filatelia faz algo semelhante no minimo para facultar aos filatelistas contra-correntistas?

E desejo-lhe uma boa noite.
Parafraseando alguém: "Há mais vida para além do futebol".

C. Silvério

Anônimo disse...

Caríssimo Correio-Mor

Desculpe iniciar pelo acessório e não ainda pelo essencial, se me permite faça como eu, uma pastilha Pepsamar depois da refeição alivia o azedo gosto da emissão futebolistica que acabámos de ver; não será remédio, mas que alivia, alivia, ora experimente V.Exª...

Como essencial, e muito já foi dito pergunto a mim mesmo e aqui a V.Exª. se não gera a filatelia portuguesa, verbas suficientes, para que se possa abrir um pequenino balcão de uso exclusivo, ou melhor prioritário para os filatelistas?
Pelo menos nas estações dos concelhos, já que os mesmos (filatrelistas)não bastam serem incompreendidos pelos restantes utentes nas suas aquisições, muitas vezes o são pelos funcionários, que por deficit de formação, julgo eu, e a opinião ´´e só minha,não satisfazem nem providenciam nas diligencias peculiares a este personalizado atendimento.
Este facto tenho-o constatato e ainda hoje com a saída da nova emissão Faróis, foi ver a incredulidade de alguns funcionários, que apesar do "poster" afixado na porta da repartição, anunciativo do evento, se mostravam estupefactos, ignorando o que era um carimbo comemorativo e nem sequer sabendo o número e as importancias dos valores das séries em questão.
Os filatelistas, que antes de o serem são utentes do Serviço Postal, certamente agradeceriam, posteriormente na qualidade de coleccionadores, igualmente utentes pagantes do serviço Postal, retornariam as suas casas, satisfeitos e trsnquilos, esperando, como faço votos para que tal não aconteça a aV.Exª, nem a mim,por Deus, que um aziago jogo
de futebol, nos pudesse trazer a insdisposiçaõ digestiva que não merecemos.
Quanto à cruz nos selinhos, também faço votos para que V.Exª não se sinta ofendido, e nem sequer se deite a pensar no assunto, senão temos caso grave, a juntar à indisposição do jogo uma cefaleia não vinha nada a calhar.
PS- Por cefaleias, também eu hoje aoanhei uma para ver o faròis de dia, ainda me disseram que os procurasse à noite,mas como Sabe aqui na minha terrinha pouco brilharam de dia e à noite certamente por incumbência de V.Exª não iluminam mesmo nada, porque os correios estão fechados.
Receba Os protestos da minha consideração e creia-me, Peninha

Anônimo disse...

Com espírito aberto e critica construtiva, vou tentar aclarar a linha de rumo há muito definida e implementada nos Serviços de Filatelia dos CTT…


Em 2007, não contabilizando os selos das emissões conjuntas, os corporate, as etiquetas (sabe quanto custam as duas emissões anuais?), as mini folhas, os FDC’s e afinidades, só em selos (séries e blocos de Portugal Continental e Ilhas) os filatelistas desembolsaram 103,37 EUR. Foram emitidos 161 selos, 40 dos quais em 20 blocos.


Uma outra realidade…
Em números redondos e no mesmo período, os serviços homólogos suíços emitiram menos de 50 selos (apenas 1 bloco) e os colegas filatelistas necessitaram de apenas 45 CHF (aprox. 28 EUR) para os adquirir. Nesta quantia já estão incluídas as sobretaxas das emissões Pro Patria e Pro Juventude, cujos propósitos são louváveis, como bem sabe.


Para ajudar à festa, no geral, convenhamos que os níveis de vida dos portugueses e dos helvéticos são como da água para o vinho, e não menos importante, os balcões dos correios aplicam selos (as etiquetas estão reservadas às empresas com grande fluxo de correspondência e para os registos, mas se pedirmos selos os funcionários colocam-nos, e sempre com um sorriso e bons modos).
Na prática, o selo está vivo e presente numa substancial parte da correspondência. Papelinhos para descolar, não faltam!!!


Nestas diferentes conjunturas económico/sociais e políticas postais/filatélicas, pergunto: Quem serão os primeiros a abandonar o barco? Que miúdos estarão mais expostos ao "vírus" dos selos?


Para além do número excessivo de selos e blocos, a meu ver, a política filatélica tem um pecado capital: quando há um evento qualquer (cultural, desportivo e outros), os CTT promovem-no e patrocinam-no, normalmente com um bloco a preços exorbitantes e desajustados ao consumo postal. Por outras palavras, quem pede a publicidade recebe um cheque; quem o "assina" são os filatelistas.


Caro Dr. Raul Moreira, creia-me: como investimento, não compare a numismática (moedas de ouro ou prata) com os selos contemporâneos portugueses; estes, passados um ou dois anos, conseguem-se adquirir no mercado por valores muito abaixo do facial.


Passemos aos corporate…
Não acha escandaloso o facto de não se observar os selos do Amorim na correspondência? Metade desses selos (10.000) não tinham como destino franquiar a correspondência das empresas do Grupo? Pelo menos esse era o propósito que gerou a campanha para fazer circular os selos na correspondência comercial, ou estou enganado?
Quantas facturas da EDP recebemos nós dentro de envelopes franquiados com os seus selos corporate? A questão é válida e aplica-se aos restantes.
Já agora, rogo-lhe o especial favor de me elucidar sobre o selo corporate das ESTRADAS DE PORTUGAL, pois desconheço por completo a sua existência.


Finalmente, e perdoe-me o "testamento", o picote: é lindo mas estragam-se muitos selos quando são destacados das folhas pelos funcionários e quando passam nas máquinas de triagem/obliteração. É mais uma CRUZ para o moribundo filatelista.


Saudações Filatélicas,
F.Bernardo

P.S. - Desculpe-me o rol de criticas… se o tema fosse futebol, haveriam muitas mais!!!

Anônimo disse...

Desculpe lá, mas sinceramente não consigo ficar calado, e vou responder ao seu comentários:

"Já a falta de "circulados" isso sim, é um problema, afecta a juventude e todos os que começam a coleccionar, atira os filatelistas para o gheto das novidades, do selo actual não circulado, onde não querem estar apenas - e muito bem.

Tentamos combater essa falta com a figura do selo corporate. Como sabem já fizémos 5: com a Gulbenkian (esses sei que curculam) ; com a EDP (penso que circulam, pelo menos já os vi numa carta que me endereçaram); com as ESTRADAS DE PORTUGAl (circulam) ; com o Grupo Águas de Portugal (aqui nunca vi nenhum circulado) e com a Corticeira Amorim (também não vi circulados ainda com o logo, só dos outros)."

Não é com corporates, que desaparecem no primeiro dia porque são ADQUIRIDOS PELOS FUNCIONÁRIOS E RESTANTES COTAS que se incentiva o seu uso e a filatelia nas camadas jovens...
Para mim, os corporates são uma forma de ir buscar mais "guito" aos "cotas" dos Filatelistas (com pasta....)

Porque é que em lugar de andarem com os corporates, OS CTT não incentivam o uso dos selos, e dou só dois exemplos, dos muitos que há:
- ABOLIR A REGRA (ESTÚPIDA!) DE NÃO SE PODEREM UTILIZAR SELOS PARA ENCOMENDAS COM PESO SUPERIOR A 2KG! Só como exemplo, enviei HOJE 3 pacotes de cerca de 2kg CADA, para o mesmo destinatário (SIM, PARA O MESMO!!!) porque EU queria os selos CIRCULADOS, e NÃO, ETIQUETAS!!!!

- PORQUE RAIO OS CTT JÁ NÃO ACEITAM SELOS PARA PAGAR A TAXA DE COBRANÇA???? Antigamente (até á cerca de uma ano!) podiam-se utilizar, HOJE já não, ou seja, temos de "comer" com a FAMOSA E FAMIGERADA ETIQUETA AUTOCOLANTE!!!!

Se os CTT olhassem mais para o cliente, e não tanto para o umbigo....


"Agradeço muito as ideias para animar os jovens e recordo que já lançámos o ano passado o "Portugal em Selos dos Jovens" com desenhos do Luiz Duran e textos da Ana Maria Magalhães e da Isabel Alçada. E este pequeno livro, de que fizémos 5000 Exs , esgotou logo em Março e foi lançado depois do Natal de 2007..."

Quantos "putos" compraram isso????
Gostava muito, mas mesmo muito de saber!!!
Talvez nem 5% do total das vendas!!!!

Provavelmente a maior parte foi para os comerciantes e afins, e alguns "cotas" que tentaram incentivar os netos e bisnetos, mas que depois viram os livros atirados para um canto....
Todos sabemos bem do problema que é interessar um miúdo na leitura!!!
Eu que o diga, só depois de muito insistir (lia-se, um par de anos), lá consegui por o MEU SOBRINHO interessado na leitura....

"Então não gostam do picote em Cruz de Cristo , do picote com a Cruz do Templo? A Cruz que foi nas caravelas, mas que - muito antes disso - era emblema inciático dos Mestres Templários?"

Desculpe lá voltar a "bater no ceguinho", mas posso-lhe afiançar que a maior parte (talvez até mesmo 90%) das críticas que tenho constatado vêm dos próprios funcionários dos CTT....

Desculpe a franqueza, mas sinceramente tinha de lhe de responder...

Um abraço

Ricardo Carvalho