O Nosso leitor Comenta:
"Os CTT estão a basear-se no sucesso da Emissão do Álvaro Cunhal na política de novas emissões. Acho ridiculo.
Considero o sucesso dessa emissão uma situação pontual. Uma emissão cujo sucesso se deveu à especulação em torno na mesma que foi muito bem aproveitada pelos CTT. Com o número de abusivo de emissões que estão previstas os CTT irão perder ainda mais clientes (eu serei um deles seguramente). Preferem "gabar-se" que x emissão teve um sucesso estrondoso e "esquecem-se" que as outras emissões não saem do Casal Ribeiro.
Sigam o EXEMPLO de outros países, deixem-se de histórias da Carochinha e de brincar com a inteligência dos Portugueses. Mas se quiserem continuar assim, mais vale fazer um acordo com a Panini e vender selos aos pacotes (o meu filho iria adorar). E sempre faziam mais algum dinheiro com a venda da caderneta para os cromos. Quem conseguisse completar a caderneta recebia um selo personalizado!!!
É a minha opinião e agradecia um comentário do Correio-Mor.
Os meus sinceros cumprimentos."
É claro que comento e com o maior gosto:
A Emissão dedicada ao Doutor Álvaro Cunhal foi apenas dada como exemplo do sucesso que têm tido as emissões mais viradas para acontecimentos e personagens do dia-a-dia , por comparação com outras que fazem a evocação de eventos históricos ou de personagens do nosso passado... E nem foi essa a Emissão mais vendida (diria melhor, mais rapidamente vendida) dos últimos anos...
Penso (assim de cabeça e sem consultar os registos) que a emissão best seller foi uma das que dedicámos ao campeonato da Europa de Futebol realizado em Portugal em 2004 (também um acontecimento da actualidade).
Tenho receio que o nosso Leitor tenha entendido mal o que quis dizer.
Toda a moeda tem verso e reverso e o que aqui discutimos não foge a esse paradigma: A Filatelia portuguesa não pode ser só uma fonte de receita para os CTT, tem também obrigação de recordar os eventos mais significativos da nossa História e ainda os acontecimentos de maior projecção Nacional e Internacional (de acordo com o estatuto do Selo).
Mas... para o fazer precisa de financiamento que lhe permita continuar esse trabalho. Se as Emissões por norma "não saíssem da Casal Ribeiro", como afirma o nosso leitor, há muito que a Filatelia se teria tornado numa simples fábrica de selos para a postagem...
Ora o que se passa é exactamente o contrário! Cada vez vendemos mais selos para coleccionismo! A Receita da FIL aumenta todos os anos. Mesmo apesar do Caso Fórum Filatélico e Afinsa...
Não posso estar aqui a divulgar números de Receita , mas dos 220 000 a 250 000 selos que produzimos de cada série , apenas 50 000 são para postagem! E quando fazemos as nossas Inutilizações de dois em dois anos ( acção fundamental para procurar reequilibrar o mercado secundário) temos de mandar recolher selos das Estações, pois os que aqui temos na Casal Ribeiro quase não justificariam a cerimónia formal da destruição com Auto de Notícia.
Por isso há que dizer que a nossa Filatelia vai bem e recomenda-se ! Obviamente que podia ir melhor, mas isso faz parte das coisas, melhorar é sempre o caminho a percorrer.
O que terá mudado é o tipo de Cliente.
Hoje em dia os Clientes que compram por impulso nas estações já ultrapassam os Clientes que têm conta corrente aqui nos serviços centrais. Por outro lado aquele Cliente ( tínhamos vários e não estou a falar de Investimento!!) que comprava 50 ou 100 séries de tudo o que fazíamos acabou. O mercado filatélico alterou-se. Hoje as pessoas já não coleccionam Países mas sim temas. E dentro dos Temas os mais vendáveis são os que têm adesão em maior grau à realidade de todos os dias...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Fui esperando que houvesse mais comentários à política fikatélica dos CTT para agora intervir.
QUanto aos temas à à necessidade dos CTT se aproximarem dos novos gostos, enfim, é a política legítima da empresa, ams também criticável. É que há limites para tudo: não me parece boa política repisar os mesmos temas só para angariar compradores: ele é os moinhos (há um dos Açores que coitado, está sempre de piquete), ele é o priolo mais uma vez, elas são as flores... Não um, dois ou três selos, mas paletes de selos - exemplos: flores da Madeira (2006), peixes (2006), trajes (2007), motos (2007). Razão tem outro comentador quando fala em cromos - também os cromos eram editados às dezenas e centenas.
E depois não se percebe a defesa do Correio-Mor na procura de novos públicos ou de compradores espontâneos, quando o custo das emissões se torna proibitivo para algumas bolsas: vejam-se os blocos que já foram emitidos em 2007 - para quê 4 blocos de 2,95 euros, outros 4 de 2,45 e mais uns quantos de 1,85? E ainda aí vem a Tapada de Mafra (que emissão mais atrapalhada).
Com tudo isto não há lugar para mais dois ou três selos/ano a lembrar personalidades portuguesas como as que referi? Sinceramente! Como já referi os CTT não são nenhuma central de efemérides, mas com a fábrica de selos que têm, bem podiam ser mais cultos, sobretudo se houvesse imaginação para criar selos apelativos nesta área, sobretudo se fossem plurissignificativos (ex.: António Ferreira + cena de Castro).
Quanto ao anti-semitismo, bom, é melhor não falarmos muito e o Aristides de Sousa Mendes não serve de desculpa.Quero lembrar que muito provavelmente, os CTT terão sido o único país na Europa a homenagear uma personalidade nazi após a Segunda Guerra Mundial. Trata-se da emissão dedicada ao séc. XX em selos: uma emissão infeliz, prque, em vez de lembara o século XX português, se aventurou por todo o mundo e deu asneira. O selo dedicado aos filósofos representa Heidegger, que, como é há muito sabido, foi membro do partido nazi desde 1933 até 1945; foi um público admirador e defensor de Hitler - a matéria é polémica, o homem lá se tentou defender depois da guerra, mas factos são factos.
Ainda sobre o critério de comemorar o nascimento e não a morte de personalidades: os correios italianos, por exemplo, só em 2007, já emitiram onze selos sobre os 100, 50, 10 anos da morte de personalidades italianas.
António Carvalho
Postar um comentário