Estava prometida uma prova vertical de alguns vinhos do Reno da casta Riesling. O nosso amigo alemão trouxe preciosidades na mala e nada como um encontro à sombra do bom marisco português, no Beira Mar, para testar aquelas garrafas.
Convém dizer que a doçura deste tipo de vinhos (do menos doce para o mais doce : Kabinett, Spätlese, Auslese) não se deve à existência da podridão nobre (Botrytis) como é habitual nos nossos "colheitas tardias", mas apenas à qualidade da uva, ao terroir e à arte do vinicultor. Chegados ao Eiswein, o último da lista em doçura, lá teremos a amiga Botrytis.
Naquela tarde beberam-se Riesling de 1989 até 2014, com preços a começar nos 60 euros por garrafa e a acabar nos mais de 1200 euros. De produtores conceituadíssimos, com relevo para o Sr. Döhnoff, de Oberhausen (Nahe) o único produtor alemão a ter conseguido 100 pontos por 5 vezes, com diferentes vinhos seus, na "bíblia" do Sr. Robert Parker.
Para complementar beberam-se ainda dois vinhos do amigo Bernd Philippi. Um Campo Ardosa de 2004 - e que foi o único tinto em prova. E o famoso "A" Riesling. Um vinho seco admirável que se provou em garrafa de experiência e que não se sabe ainda quando vai ser vendido ou quanto custará, mas a estimativa de preço é superior aos 2500 euros.
Faço notar que o grau álcool destes grandes vinhos alemães é muito baixo. Embora na garrafa estejam referências de 10 graus, alguns deles terão até menores graduações. Por norma quanto mais doce menos grau, com os grandes vinhos secos a atingirem a "enormidade" de 13 graus.
A sobrecarga sensorial foi tremenda. Passámos dos vinhos mais "novos" e "baratos" para os mais complexos ( e caros), sendo que os cheiros e sabores a maçãs maduras e citrinos foram prevalecentes nos vinhos mais novos e simples, deixando-se os frutos secos e até o doce-amargo da toranja para os mais complexos. Todos muito bons!
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