terça-feira, agosto 01, 2006

Comer n'A Travessa



Já todos sabem que sou bem nutrido de carnes mas também não seria esse o motivo que me levaria a fazer um Post relacionado com o utensílio onde a comida me é servida... Comer n'A Travessa tem pois a ver com o Restaurante A Travessa e não com o facto hipotético de se comer dela (travessa) sem passar pelo prato...


Vamos aos detalhes:

Restaurante a Travessa
Travessa do Convento das Bernardas (Madragoa)
Telefone - 21 390 2034
Fecha aos Domingos

Para lá chegar é melhor ir a pé. Deixemos o carro no Parque em frente ao IADE, no início da Av. D. Carlos I, ou então, se nos sentirmos aventurosos, é tomar a rua do Chafarix (logo à esquerda na D. Carlos I) procurar a antiga Rua das Trinas e começar a subi-la devagar. Depois de passados uns 50 metros olhamos para a direita e vê-se a Travessa das Bernardas, ligada ao antigo Convento do mesmo nome que foi totalmente recuperado pela Edilidade nos anos 80. Estamos, obviamente, em plena Madragoa. Estacionar aqui é que parece ser um dos trabalhos que tornaram famoso o velho Hércules... Agora em Agosto pode ser que tenham sorte, como eu tive, mas nunca há garantias.

A Travessa, ciente deste defeito situacional criou um serviço de Shuttle (só à noite) entre o Parque da D. Carlos I e o Restaurante, por pedido telefónico...

Vamos então ao que interessa:

Entrada bem decorada , com escada descendente e casa de banho à esquerda. Sala principal bem ataviada, mesas e cadeiras de boa madeira , apetrechos metálicos e de tecido sem reparos nas mesas.

Todavia nesta canícula todos querem vir cá para fora, para o Pátio do antigo Convento onde se pode comer Al Fresco, rodeados pela História deste recanto de Lisboa que muitos devem desconhecer.

Esta Casa de Comer foi fundada por Belgas e assume decididamente a influência gastronómica desse País. Desde logo pelos famosos Mexilhões que se comem aos Sábados ( e só aos Sábados) na Travessa.

Mas também pelos patês, pelos molhos e emulsões que acompanham os pratos do dia, sempre variando de acordo com as oportunidades de mercado. As sobremesas são muito bem feitas, com destaque para o chocolate Belga, em Mouses (a Branca é deliciosa) ou em Pralinés.

Neste dia da visita comeu-se Peixe Galo em Filetes, Lombo de Touro Bravo, Raia com molho de Manteiga Preta e Carpaccio de bacalhau.

Fora o Lombo de Touro - que pareceu algo rijo, próprio de um touro de lide, tipo Zidane :) - tudo o resto mereceu encómios pela delicadeza da confecção e pelas sensações gustativas ocasionadas, com destaque para o Peixe Galo. De facto e até prova em contrário, é Portugal terra de Peixe e a carne que se cuide...

Bebeu-se o tinto do Alentejo "Altas Terras", excelente, bem assim como uns Flutes de Champagne Piper Heidsiek a abrir (Ruinard é bem melhor, mas não havia... Só Piper ou Moet&Chandon).

Com as sobremesas "chocolatais" , cortadas por uma mousse de Cassis (divina), bebeu-se ainda um Colheita Tardia da Quinta do Valdoeiro.

Belo remate para uma refeição de nível alto ( até no Preço: 274€ por três almoçinhos, embora bem regados, como se viu).

Infelizmente não vimos a Victoria Beckham nessa altura, embora a Travessa tenha sido um dos raríssimos Restaurantes que frequentou em Lisboa... Não se pode ter tudo.

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