terça-feira, novembro 15, 2016

O Pato (com arroz)



Arroz de Pato sempre foi um dos meus pratos favoritos.

Deixei para trás com algum desdém as receitas onde o "marreco" aparece enfornado,  com ou sem laranja, lembrando o filme clássico de Luciano Salce, com a belíssima Monica Vitti (1975).

Hoje em Lisboa o Tio Emílio (que carinho de homem!) continua a apresentar um belo Arroz de Pato, lembrando aos clientes que na Tia Matilde se podem pedir as duas versões, desossado ou com o esqueleto. Para o Norte é famoso o "Rei dos Galos de Amarante" que costumava apresentar este prato às quintas feiras. Também ouvi boas novas da Casa do Arco (uma quinta) na Maia em relação a esta confecção. E, está claro, a Tia Alice em Fátima faz um Arroz de Pato muito bom.

O famoso Arroz de Pato à moda do Minho  leva enchidos de porco , normalmente orelha, barriga fumada e presunto. Tudo da melhor qualidade.

No restaurante (tasca boa) Maria de Perre, em Viana, faziam uma bela interpretação. Mas onde o comi melhor foi em casa particular de Braga. Morada não a dou. Quem tem amigos destes resguarda-os para o que der e vier...

Em casa faço muitas vezes, utilizando toucinho de porco preto para cozer o pato e refogar o arroz, e pondo por cima paio da mesma proveniência. Aqui vai uma receita que foi muitas vezes testada e que sempre resultou bem. Claro que quando a minha sogra criava os patos na quinta,  a milho e couves,  o caso melhorava muito...

Cozemos o Pato com o toucinho numa boa panela que tem água e sal e uns grãos de pimenta preta. Quando o Pato  estiver cozido, retiramos, coamos e reservamos o caldo. Deixamos arrefecer o Pato e o toucinho e cortamos aos bocados. Para quem, como eu, gostar de manter os ossos, devemos cortar o Pato em bocados grandes.

Fazemos depois uma puxadinha ligeira com cebola fininha, alho migado,  azeite e, os bocados de toucinho. Quando a cebola estiver a ficar transparente fritamos ali dentro o arroz por 2 minutos. Depois juntamos o caldo de cozer o pato (normalmente o dobro de caldo) e quando levantar fervura vai ao forno. Quando estiver quase seco, metemos o pato aos bocados no arroz e e pomos o paio às rodelas por cima a enfeitar. Volta depois  ao forno uns minutos para tostar.


Este prato requer um tinto de categoria. Já se sabe que com alguma adstringência, para cortar a gordura do anatídeo. Um Bairrada de Baga, ou então uma bela surpresa do Douro: Passagem Reserva Tinto de 2013. Não chega a 13€ e é de cair para o lado.

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