A desgraça assolou o grande Pinhal Interior Norte sob a forma de um violento incêndio que deflagrou perto de Pedrogão Grande, no final da tarde de 17 de Junho.
Os números da fatalidade são chocantes. Estávamos habituados a que fossem medidos em "ha" ardidos de floresta, o que por si só já era penoso, e não em vidas humanas perdidas.
Considero que estamos ainda muito próximos do evento para ter capacidade de reflectir com racionalidade sobre as causas, a reacção, a coordenação, o envolvimento dos meios e a eficácia do combate às chamas.
Ponho-me de fora destas matérias. Não as conheço. Não posso dar uma opinião séria.
Sobre o desenvolvimento do assunto todos pensamos alguma coisa com certeza. Nem que seja o óbvio: Não seria possível impedir a perda de vidas, sobretudo naquela estrada fatídica?
- "Porque não fecharam a estrada?"
Mas não se trata de futebol, nem aqui se pedem treinadores de bancada. E, talvez mais importante do que tudo o resto, dar palpites depois de saber o resultado não configura grande perspicácia...
Penso que o País deve exigir uma análise serena e profunda sobre este caso, se possível feita a frio e com peritos que sejam independentes dos que estiveram envolvidos no teatro das operações. E rápida. Não antevejo pior situação do que cairmos no marasmo de uma "Comissão" que leva dois anos a estudar e mais seis meses para escrever o relatório.
Exonerar ou culpar os intervenientes é importante para que os cidadãos compreendam a justiça e recuperem a confiança. Mesmo se a grande causa da propagação incendiária se deveu também a grave incúria dos proprietários na limpeza das suas matas.
No rescaldo deste gravíssimo incidente recordo aqui o agradecimento da Senhora Secretária de Estado da Segurança Social aos CTT-Correios de Portugal e aos nossos carteiros.
Quando foi necessário cumprir a tristíssima tarefa de confirmar se existiriam ainda mais pessoas mortas dentro das casas que foram pasto das chamas, foram os carteiros que guiaram as equipas de resgate e salvamento pelos caminhos ainda a arder daquelas freguesias. Apenas eles sabiam onde eram as casas e quem nelas morava.
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