segunda-feira, novembro 30, 2015

Não apareces nem mandas um postal?



Tirei dois dias de férias para tratar das maleitas da minha santa cá de baixo, e as idas e vindas a médicos e hospitais não permitiram estar aqui no blogue mais tempo. Alguma coisa publiquei no "Face", sobre a homenagem a Margarida de Abreu no Museu Nacional do Teatro e da Dança e ainda sobre o dia especial em que recebemos os clientes e amigos na estação principal de Aveiro com sucesso absoluto em contactos e em receita.

Para além disso, outra razão desta ausência tem sido a necessidade de fazer eu próprio fisioterapia todos os dias, entre as 8h e as 9h da manhã.  Para quem é predominantemente matinal, começar o dia no serviço a trabalhar apenas  depois das 9h é um absurdo. Normalmente a essa hora já levaria quase 1 hora e meia de trabalho diário se não fosse esta história da fisioterapia.

Tenho o problema do "dedo gatilho" a espalhar-se pelos dedos das duas mãos, e lá que incomoda não o posso negar. É uma inflamação das  bainhas onde correm os tendões que esticam os dedos e que resulta na perda de flexibilidade, dor , e em casos mais graves na impossibilidade de abrir o dedo, que fica assim arqueado e colado à palma da mão.

Antes de operar há que experimentar reduzir a inflamação com laser e ultra-sons. Daí estes exercícios matinais.

Porque me apareceu isto? Ninguém sabe bem dizer as causas. Quando era novo abusei do corpo e porque fazia muito desporto algumas vezes levei infiltrações nas articulações dos cotovelos, joelhos e até no ombro direito. Pode ser essa uma das causas. Alguns destes tendões prendem na articulação do cotovelo.

Imaginem descascar batatas com o dedo mindinho esticado, Ou escrever várias frases com a mão direita nas mesmas condições...

Nestas condições achei graça a um dos médicos da minha mãe, a quem ela se queixou que
-" já não conseguia subir e descer as escadas a correr, como era costume."
 O médico só lhe disse :
-" Olhe, não consegue a senhora nem eu! E tenho menos 25 anos!"

A noção de que o corpo a partir de certa idade começa a atraiçoar o "dono" estava na minha cabeça como uma questão mais teórica do que prática. Começou agora a ser do domínio mais prático, e isso - tenho que o dizer - chateia-me bastante.

É a vida...Em vez de virmos equipados com um simples botão do "On" e do "Off" somos obrigados a assistir à decadência faseada das nossas faculdades.

Como dizia o grande amigo (já falecido) General Euclides Pontes, que foi por muitos anos Presidente da Federação Brasileira de Filatelia, "Carregar a sua própria carcaça não é mole não!"

quinta-feira, novembro 26, 2015

Lá vem o XXIº (Governo)



O XXIº Governo Constitucional toma posse hoje às 16h, hora escolhida em função da que terá sido  (ou não) a última birra presidencial que fez coincidir a tomada de posse com a sessão plenária da AR...

Para os apoiantes católicos espera-se que lhe ponha Deus Nosso Senhor muita virtude. Mesmo sendo um governo viabilizado por uma cambada de conhecidos agnósticos que só devem entrar na Igreja  para os velórios.

Sendo um apoiante não católico, tenho para mim que lhe vai desejar sorte com a situação internacional e fibra para lidar com as adversidades internas. Talvez seja mais necessária a primeira do que a segunda.

Se forem não apoiantes, estou em crer que o que lhe desejam é uma passagem curta e infeliz por este poleiro.  O ideal seria que já não chegasse à Páscoa.

Para bem de todos os portugueses espera-se que faça o melhor possível, com decência e com um olhar no burro e outro nos ladrões.

O burro está cada vez mais magro e os ladrões são cada vez mais,  e mais gordos...

Mais gordos não (é racismo!) mais "recheados" soa melhor.

E como estamos quase no Natal, comparar um mau banqueiro a uma perua recheada não fica  fora do contexto...

quarta-feira, novembro 25, 2015

No Ar



Estivemos hoje no Museu do Ar, na Base Aérea nº 1 em Sintra.  Um local notável, considerado o melhor museu nacional em 2013 e onde deveríamos levar as nossas crianças para aprenderem como se voava naqueles tempos gloriosos onde o "mais pesado do que o ar" ainda lutava pela supremacia face aos balões dirigíveis.

A oportunidade foi a celebração neste ano que se avizinha do 1º voo militar realizado em Vila Nova da Rainha pelo Tenente Santos Leite num Deperdussin Tipo Bde 8,5 metros de envergadura e equipado com um motor Gnome de 50 CV oferecido pelo Coronel brasileiro Albino da Costa ao Governo Português, como prova do não esquecimento das suas origens lusitanas  (Sever do Vouga).

São muito interessantes as histórias que rodeiam estes primeiros tempos da aviação militar, com a participação no teatro de guerra da Flandres de vários pilotos portugueses, com destaque para Óscar Monteiro Torres (morto em combate) e para o Comandante Portela, talvez o piloto português que mais vezes entrou em combate aéreo.

Faremos a "cobertura filatélica" desta efeméride, com uma edição de selos que será lançada em 2016 em Vila Nova da Rainha - Azambuja e com uma exposição de material magnífico de aero-filatelia , propriedade do amigo João Soeiro, aqui mesmo na Base aérea nº 1. Entre outras peças temos a carta do Presidente Bernardino Machado a suas filhas e neta, quando estava exilado em Paris. Essa carta foi trazida para Portugal por avião,  a cargo dos pilotos portugueses que foram indagar sobre a morte de Óscar Monteiro Torres.

terça-feira, novembro 24, 2015

O "Envelope"



Todos vimos António Costa a sair de Belém com "o" sobrescrito na mão. No título chamei-lhe "envelope" porque estamos numa altura em que se deve dar importância à cultura francesa.

Este pequeno Post é apenas para enfatizar que nas coisas mesmo importantes nada substitui o papel!

E não me venham com modernices! Experimentem ter no WC pendurado um TM ou um tablet para  SMS ou  emails e depois digam-me como resolveram o assunto.

Pensando bem é melhor não dizerem.

Suspeito que o "envelope\sobrescrito" dirigido ao A. Costa estava endereçado mas não selado. É falta notável.

Dou aqui exemplos de emissões de selos da República ainda em circulação e que poderiam ter sido utilizadas com grande vantagem nesta ocorrência:

 - 400 anos da 1ª Edição da Peregrinação (espero que o convite para formar governo não leve tanto tempo).
 - Fado - Património da Humanidade (este é o nosso triste fado).
 - Centenário do Salão dos Humoristas (rir ainda é o melhor remédio).
 - Engenharia Portuguesa (de notar a sua aplicação à área financeira).
 - 900 anos da Ordem de Malta (pois quem se lixa se isto não se resolve rapidamente é mesmo a "malta").

segunda-feira, novembro 23, 2015

A espuma destes dias é cinzenta



A imagem da Grand Place e do restante centro de Bruxelas, neste fim de semana, mexeu um bocado comigo.

Num local onde estive tantas vezes, que sempre tem sido considerado o "coração da Europa" , faz pena ver as ruas desertas, todas as lojas fechadas, escolas e transportes públicos idem, idem...

Em Paris pelo menos as pessoas saíam para a rua depois dos massacres. Em Bruxelas, o medo do que estará para acontecer sobrepôs-se às necessidades da vida diária. Em certo sentido os terroristas parece que já ganharam, ao afectarem desta forma os usos e costumes dos belgas.

Mas como escrevia hoje o editorialista do Público, uma coisa é encarar com firmeza "o depois", outra bem diferente é "precaver o que pode ser". Num caso remedeia-se, noutro caso previne-se. E se há mortes em perspectiva , ninguém pode acusar os poderes públicos de errarem pelo exagero na precaução.

Como se podem explicar estas coisas às crianças?

Numa conversa de amigos que tivemos neste fim de semana levantou-se esta questão e foi referido o excelente artigo do Libération  de 14\11 sobre este tema. Dou aqui uma amostra  desse artigo:

Première chose : les informer directement de la situation. Pour cela, les termes à employer et les images à montrer dépendent de l'âge des enfants. Par exemple, au-dessous de six ans, mieux vaut ne pas montrer d'images, dire que ce qui s'est passé est grave pour tout le pays, ne pas cacher que l'on est ému. Rassurer, en disant que les adultes sont là pour protéger les habitants.
Jusqu'à 10 ou 11 ans, il convient d'apporter des réponses factuelles aux questions, leur expliquer que les adultes veillent à ce que ça ne se reproduise pas, que les coupables sont recherchés. La pédopsychiatre conseille de leur proposer de dessiner ce qu'ils ont compris.
Pour les adolescents, particulièrement confrontés aux images, notamment sur Internet, «il faut les aider à cadrer leurs réactions et redonner des informations simples sur la loi qui protège la liberté d'expression et pose l'interdit du meurtre ainsi que la nécessité d'être solidaires face à un événement d'une telle violence qu'elle peut entraîner des réactions en chaîne. Il est important qu'ils sentent que les adultes sont des soutiens solides, tant dans la famille qu'à l'école.»
Para mais e melhor informação sobre como responder  às nossas crianças sobre esta matéria tão complicada não deixem de ver este site, do mesmo jornal:
http://www.liberation.fr/apps/ptit-libe/#/3/
Uma coisa parece ser certa: A guerra do século XXI não é igual à guerra do século XX. E a ideia que tenho neste momento é que não são os exércitos convencionais que estão em condições de ganhar esta "guerra nova". O exército para ser eficaz necessita de ter um inimigo amplo e visível à sua frente...
Veremos como estes acontecimentos podem influenciar o futuro da relação de forças entre os Ministérios da  Defesa e do Interior. E o respectivo financiamento...

sexta-feira, novembro 20, 2015

Para Descansar a Vista, esperando...



Em dia de poema lembramos a fila dos desgraçados que já passaram e ainda vão passar por Belém.

Tivemos notícia que existem Associações que ainda não foram convidadas para vir à sala das Bicas  expor as suas razões.  A Associação Cultural e Desportiva das Brunheiras (Odemira), a Associação Recreativa Taberna das Almas (Lisboa) e o Rancho Folclórico de S. Tiago (Mirandela) são exemplos.

Ou há moralidade ou comem todos! A cozinha de Belém é que parece estar já na fase da ração de combate, dada a afluência...

Dos que já sussurraram ao ouvido do Sr. PR existe boa gente, gente assim-assim e gente que mais valia emigrar.

Alguns vieram enganados a pensar que era aquela a fila para uma vida melhor, outros convictos que a sua opinião vai contar para alguma coisa... Uns e outros embalados "naquele engano de alma  ledo e cego que a fortuna não deixa durar muito".

De Jorge Miguel Fernandes Jorge deixo um belo poema "Podemos Esperar?"
 E respondo eu já:
-"Poder, podemos, mas  nunca será a mesma coisa...Despache-se lá com isso Homem!".

Para quem desconhece este grande poeta, que escreve há 40 anos e tem sido relativamente subalternizado, leiam aqui sff:

http://observador.pt/2015/05/07/porque-e-que-nao-andamos-todos-a-ler-furiosamente-joao-miguel-fernandes-jorge/


Podemos esperar?


Como podemos esperar? 

Aguardar o que nossas mãos possam reter. 
Uma palavra. O olhar cúmplice. Se as coisas 
têm já o estado do vento 
o que nas ruas fica das vozes ao fim do dia. 

Aguardar mais aguardar nada 
quanto mais se repete uma palavra 
«estou sentado virado para a parede desta casa» 
baixo, mais baixo ainda, 
«estou sentado virado para a parede desta casa». 

Fazer que não haja sucedido o sucedido. 
O prazer de sentir chegar as coisas 
o riso sob a chuva 
o frio que faz. Aqui 

Como podemos esperar uma noite de lua e vento? 

João Miguel Fernandes Jorge, in "Direito de Mentir" 

quinta-feira, novembro 19, 2015

Já não há "minuins", bebam "submarinos".



"Sirva-se como se esteja em sua casa! À Tramoço e Minuins!"

As velhas tascas de bairro podem não ser geridas por mestres da língua de Camões, mas estou convencido que o dono do "Mal Cozinhado",  por andou o vate há quatro séculos e tal a afogar as mágoas, também não recitava sonetos...

Sou normalmente mais viajado por outro tipo de "resorts" onde se come e bebe, mas de vez em quando dou por mim ao balcão de uma tasca (ou de uma roulotte, que são as tascas do século XXI) a pedir uma bica para fazer horas para qualquer coisa que se passe ali por perto.

O linguarejar que hoje se ouve nesses locais é extraordinário.

O público que assim fala e que por lá se encontra à hora em que me penduro nesses balcões ( de manhã cedo) faz parte do que se convencionou chamar "lumpen proletariat"  - palavra cunhada por  Marx e Engels , do alemão "pessoa esfarrapada", para designar a faixa mais baixa do proletariado, oposta aos trabalhadores esclarecidos e politizados.

Diríamos hoje, "refrescando" a teoria, que se trata de "trabalhadores" sem emprego por oposição aos trabalhadores que ainda têm emprego. Muitos são imigrantes. E todos são marginalizados. Vieram para cá antes da crise, trabalharam nas obras, casaram e fizeram filhos. Agora andam aos caídos, sem dinheiro para regressar e sem dinheiro para cá ficarem.

São de muitas e desvairadas origens e trabalham, quando trabalham, no que calha. Hoje na estiva, amanhã na serventia a pedreiro, depois podem ser chamados para dar uma ajuda para fazer umas mudanças lá em casa, ou para partir o "focinho" a alguém que ficou a dever dinheiro a algum agiota, etc...

 Num desses locais (na Rocha do Conde de Óbidos) apercebi-me pelo contexto que várias frases eram criadas em calão por processos metonímicos. Por exemplo,  "morrer" podia ser também "Ir passar o natal à terra" ou "Acordar com a boca cheia de formigas". E que uma senhora "da vida" era uma "fedorenta". E ainda que "brilho" estava para a cocaína como "cavalo" para a heroína.

Estive lá pouco tempo, o suficiente para pagar 45 cêntimos pela bica e para pedir indicações ao proprietário sobre a amarração das docas que procurava.

 Bebia-se muito já àquela hora matinal, sobretudo uma coisa que descobri depois ser um "submarino", uma mistura de bagaço com cerveja.

Não vi letreiros a anunciar "Tramoço" nem "Minuins. Mas lá estava um bem visível : "Pagamento Adiantado".

Sinal dos tempos.

Saí com mais instrução do que aquela  que tinha quando entrei. E, com a bica a 45 cêntimos, achei barato o curso!

Nota: O principal processo que leva à criação de palavras do calão é a metonímiaMetonímia é o processo de associação semântica através da contiguidade de significados, ou seja, o falante de uma determinada língua faz uma aproximação entre o significado de um termo e o significado de um outro termo. (A. Silva Garcia)

quarta-feira, novembro 18, 2015

Contabilidade de cemitério



Leitores fiéis queixam-se da falta de "anedotas" aqui no Blog. No que têm alguma razão. Mas os tempos não têm sido os mais adequados para galhofar, como compreenderão.

Mas tal como o verdadeiro herói (dizem que ) ri em frente ao perigo, também me parece salutar exercer o direito à boa disposição. Nem que seja também para demonstrar que no estado de espírito da malta não mandam terroristas. Era o que faltava!

As últimas coisas com graça aconteceram-me na véspera do dia dos fiéis defuntos (pôrra!) a caminho do cemitério. As "santas" tinham ido às flores para decorar as campas , tarefa que já era penosa para o vosso "escriba" quando elas tinham sessenta anos. Imaginem agora com mais de 80...

A florista do mercado de Cascais  já as conhece de "ginjeira"  e não tira a vista de cima de ambas. Isto porque têm a mania de abrir o celofane para mexer nas orquídeas e só depois de abertas 3 ou 4 embalagens se decidem por comprar uma. E elas ainda se "enxofram" com as descompusturas que levam:

-" As senhoras não mexam nos pés de orquídea porque depois já ninguém as compra! É sempre a mesma coisa!"
- "Era o que faltava comprarmos sem ver primeiro se as orquídeas estão bem coladas ao ramo!"
- "Mas ver não é mexer!"
- " E acha que com 85 anos cada uma,  vemos como quando tínhamos a sua idade? "

Chegadas ao cemitério começa a cega rega das gorjetas aos coveiros, que se apresentam logo à porta quando veêm o carro chegar.  São 10 euros para os dois  "chefes" e 5 euros para cada um dos 5 "índios". Já foi mais, mas agora defendem-se com a "crise".

Pelas contas feitas por mim  (ou por qualquer outra pessoa normal no local) 10 euros vezes 2  mais 5 euros vezes 5 é igual a 45 euros. A dividir por duas "anciãs" dá 22,5 euros a cada uma.

Certo? Errado!!

É que as contas não são feitas assim... Têm a ver com o número de campas a cargo de cada uma . E como a minha mãe tem mais uma campa do que a minha tia, cabe-lhe a ela pagar mais.  Três campas para uma, duas campas para outra. Ora isto dará 27 euros para a minha mãe e 18 euros para a minha tia.

O meu receio (que nem sequer pronuncio em voz alta) é o de que qualquer dia queiram fazer estas contas tendo por métrica o número de falecidos (ossadas) em cada campa. Isso é que seria ainda mais interessante...

Assunto resolvido? Não senhores. Porque ainda falta acertar o valor das flores. As flores custaram 25 euros (dois ramos) . Foi a minha tia que as pagou, pelo que a minha mãe tem que lhe dar 12,5 euros.

Tudo correcto agora? Nem por isso...

Porque quem adiantou o dinheiro (tinha de estar trocado) para as gorjetas aos "homens da pá" foi a minha mãe. Pelo que a minha tia teria que  lhe dar 18 euros.

Em conclusão:  a minha tia apenas lhe devolveu 18 euros menos 12,5 euros. O que dá 5 euros e meio.

Acabou aqui este "filme"?

Isso é que era bom...

Chegado a casa é a cena que se repete todos os anos.  Normalmente dou entre 15 minutos e meia hora para ver chegar a  "santa" mãe,  a entrar-me por ali dentro enquanto adianto o almoço,  aos berros que a irmã está sempre a enganá la!!

E como é possível ela ter pago aos coveiros e só ter recebido 5,5 euros de volta??!!

Pego num papel e lá tento fazer outra vez as contas todas: As flores, as sepulturas, as gorjetas aos chefes e aos índios, etc... Mas nunca até hoje consegui convencê-la.

Para o ano que vem já decidi. Sou eu que pago tudo. Não há cá divisões para ninguém!

E depois (mas isto não se diz) resolvo o assunto discretamente com recurso ao cartão de débito da santa mais próxima.

-" Oh mãe, dê-me aí sff o seu cartão para  eu ver amanhã se as pensões já estão na sua conta."

 Adiante que não estamos em Amarante. E viver só custa para quem não sabe viver.

terça-feira, novembro 17, 2015

De regresso ao pátrio chão



Depois de alguns dias de embrutecimento sensorial por causa do que se passou em Paris  (com razão) os jornais de hoje já mostram alguma tendência para regressar à "normalidade".

E o que será a normalidade?

Já se fala do "derby" Sporting-Benfica do próximo Sábado. Já se dá algum tempo de antena ao Sr. PR, a banhos pela Madeira. E até já se comenta que o Prof. Marcelo só ganhou com os atentados (salvo seja!!) porque assim o Prof. Nóvoa não viu a ponta de um canto de página de jornal ou revista nestes 4 dias.

O Senhor próximo-ex Primeiro Ministro e a Senhora próxima-ex Ministra das Finanças esfregam as mãos de contentes. Tiveram mais algum tempo de descanso. E foram "trabalhando" de dia e de noite. A TAP, por exemplo, foi privatizada durante a noite (espero que não seja presságio de escuridão futura)...

O Senhor talvez-próximo Primeiro Ministro, António Costa, deu sinal de vida ontem, com uma entrevista à RTP onde disse:
"Um executivo de gestão tem capacidades muito limitadas, nem sequer um Orçamento do Estado pode apresentar, e não há nenhuma razão para arrastar o país para uma situação indefinida quando há um governo viável que pode entrar rapidamente em funções e com suporte parlamentar maioritário."

 Aguardamos todos a decisão sobre o tal "governo de gestão" ou " nomeação do Dr. António Costa como 1º Ministro" .  Será para quando? 

O Sr. PR não tem pressa. Da Madeira regressará hoje ao rectângulo para mais auscultações de opiniões. Tem "auscultado" mais ele sozinho do que os estudantes de medicina de todos os cursos que existem por cá...

Mas uma coisa é certa: depois do que se passou em Paris na Sexta feira passada, esta decisão presidencial parece de repente menos importante e menos fracturante do que há uma semana atrás. 

Pelo menos hoje. Amanhã ou depois pode ser que volte tudo a ser como era...Ou não.

Nada como uma desgraça séria para nos dar perspectiva.

segunda-feira, novembro 16, 2015

O que sobra depois da desgraça



Os entendidos dizem que a finalidade dos actos de terrorismo como o que presenciámos na sexta feira passada é apenas causar o terror para corroer os alicerces das sociedades.

As vítimas " per se" não são importantes.  Desde que haja muitas e que os media se encarreguem de fazer a "publicidade". Isso é que fundamental: a divulgação do que se passou aumenta a percepção do terror. Amplifica-o.

Quem procurar outro tipo de objectivos, vinganças encapotadas ou alguma agenda ideológica imediata escondida está muito enganado. Mesmo que tal seja afirmado pelos agentes terroristas.

O único objectivo que interessa é a completa aniquilação do modelo de  sociedade ocidental (para o caso dos terroristas jihadistas) substituindo-o pelo modelo islâmico radical, leve o tempo que levar.

Neste sentido, o terrorismo islâmico radical é um acto de guerra levado a efeito pelos "fracos" que não têm capacidade de ter mísseis balísticos intercontinentais, aviões super-sónicos e esquadras de porta-aviões, sem esquecer os submarinos nucleares.

Mata-se no ocidente para lançar um clima de insegurança nas populações e consequentemente de reforço securitário dessas sociedades ,  com limitações de direitos , liberdades e garantias. Tal como vimos com o 11 de Setembro, a lei "Patriota" e a abertura da chaga que ainda é a prisão de Guantánamo, fora da lei americana.

O objectivo intermédio destas maquinações é  causar o derrube dos regimes democráticos liberais na sociedade civil, substituindo-os por regimes "musculados" feitos à moda dos "Le Pens" e Bushs" desse mundo.

Porquê? Porque quando os regimes atacados respondem sob pressão e se tornam cada vez mais repressivos eles próprios, as sementes da discórdia no seio dessas sociedades são muito mais fáceis de semear... e o recrutamento dos descontentes será ele também cada vez mais fácil.

Leiam aqui sff:

"Terrorism is a criminal act that influences an audience beyond the immediate victim. The strategy of terrorists is to commit acts of violence that draws the attention of the local populace, the government, and the world to their cause. The terrorists plan their attack to obtain the greatest publicity, choosing targets that symbolize what they oppose. The effectiveness of the terrorist act lies not in the act itself, but in the public’s or government’s reaction to the act.

Terrorism is an activity planned and intended to achieve particular goals. It is a rationally employed, specifically selected tactic, and is not a random act. Since the victims of terrorist violence are often of little import, with one being as good for the terrorists' purposes as another, victim or target selection can appear random or unprovoked. But the target will contain symbolic value or be capable of eliciting emotional response according to the terrorists' goals."

Nota: Excerto do http://www.terrorism-research.com/

sexta-feira, novembro 13, 2015

Sexta feira 13



Olha que dia... Quem goza com isto é a malta amiga de Montalegre (Distrito de Bragança):
O ano de 2015 abençoou Montalegre com três Sextas 13. A última do calendário acontece em Novembro e promete cumprir o sucesso de edições anteriores. A capital de Barroso volta a vestir-se a rigor e lança o convite a toda a população. A celebração, focada nos azares, bruxedos, contos, lendas e locais sombrios da memória, volta a fazer uma forte aposta na música e teatro.

Caso possam vão a Montalegre e não se esqueçam do belo fumeiro do Barroso!

As razões que levaram à criação desta fama do dia de sexta feira quando calha a 13 de qualquer mês são de várias origens.
Já aqui trouxe as que têm a ver com a morte do Grão-Mestre do Templo. Hoje recupero algumas de sabor mais nórdico, para quem - como eu - tem acompanhado a excelente série "Vikings", com o Ragnar Lothbrok a enfardar nos celtas dessas "Parises" anciãs.

Tomem lá então mais cultura ( que para pouco ou nada serve...): 

Tudo indica que essa crendice vem de duas lendas da mitologia nórdica. De acordo com a primeira delas, houve, no Valhalla - a morada celestial das divindades -, um banquete para 12 convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga em que morreu Balder, o favorito dos deuses. Instituiu-se, então, a superstição de que convidar 13 pessoas para jantar era desgraça na certa e esse número ficou marcado como símbolo do azar. A segunda lenda é protagonizada pela deusa do amor e da beleza, Friga, cujo nome deu origem às palavras friadagr e friday, "sexta-feira" em escandinavo e inglês. Quando as tribos nórdicas se converteram ao cristianismo, a personagem foi transformada em uma bruxa exilada no alto de uma montanha.
Para se vingar, Friga passou a reunir-se, todas as sextas-feiras, com outras 11 feiticeiras, mais o próprio Satanás, num total de 13 participantes, para rogar pragas sobre a humanidade. Da Escandinávia, a superstição espalhou-se por toda a Europa, reforçada pelo relato bíblico da Última Ceia, quando havia 13 pessoas à mesa, na véspera da crucificação de Cristo - que aconteceu numa sexta-feira. No Antigo Testamento judaico, inclusive, a sexta-feira já era um dia problemático desde os primeiros seres humanos. Eva teria oferecido a maçã a Adão numa sexta-feira e o grande dilúvio teria começado no mesmo dia da semana.

quinta-feira, novembro 12, 2015

O vinho das "bolhinhas"


rota-dos-espumantes2.jpg

Em Lamego prestei homenagem a essa grande figura que é o Sr. Professor Orlando Lourenço, responsável pelas marcas Raposeira e Murganheira,  uma figura incontornável para estudarmos a moderna evolução do mercado do vinho em Portugal, sobretudo no caso mais particular dos espumantes.

Bebi sempre espumantes Raposeira  nas suas versões mais modernas de Reservas  Blanc de Noirs e Blanc de Blancs ; e ainda o "Peerless" - espumante criado para desafiar a malta nova a sair da tirania da cerveja.
Sobre este último , de que gostei bastante, disse a Revista de Vinhos:
Citrinos amargos e doces, flores secas, seiva e especiarias, muito profundo mas com frescura. Leve e fresco na boca, com mousse cremosa e bolha de médio porte, minerais a dar salinidade e boa secura no final firme e focado. 

E eu não diria melhor...

A gastronomia tradicional de Lamego sempre esteve ligada ao cabrito e ao bacalhau.  Isto sem esquecer a inevitável "bola de carnes", neste momento também já generalizada para bolas de bacalhau, de sardinha e de galinha... Sempre na velhinha "Pastelaria da Sé".

Como o almoço foi a convite da edilidade local ( e sem história) não tive ocasião de testar os fornos restaurativos. Quem sabe da poda recomendou que valeria a pena visitar os restaurantes : Paraíso, Vindouro, a Mina e a Cova do Barro (Britiande).

O meu pai costumava ir ao antigo "Filipe" na rua por detrás da sé. Acho que ainda existe, mas não testei pelos motivos referidos.

Salvou-se desta deslocação o magnífico almoço no Santa Luzia, em Viseu. Nessa casa que hoje em dia e por virtude do "despesismo socrático" está agora apenas  a 40 minutos de Lamego, comi um superlativo arroz de míscaros com vitela grelhada. Daqueles para recordar muito tempo depois...

 Sou a favor da tomada de espumantes nacionais em qualquer dia, como aperitivo ou até substituindo os cocktails de final de tarde.

Bebemos normalmente espumante em Portugal para comemorar a entrada do ano novo ou em casamentos e outros dias de festa.  Falta generalizar esse consumo a todas as ocasiões. 
Historicamente esta  bebida era associada em França às festas  da alta nobreza e do palácio de Versailles.  Depois da Revolução Francesa a bebida democratizou-se e passou a ser utilizada para substituir rituais religiosos. Quando um barco era inaugurado, por exemplo, em vez de chamar um padre para abençoar com água benta,  as pessoas começaram a usar o champanhe. O costume  rapidamente se estendeu para baptizados e casamentos.
Cito Luís Lopes Ramos, director da Revista de Vinhos, um bairradino de gema louvando os espumantes:
Nunca pensei nisso a sério, mas provavelmente abro em casa 4 ou 5 garrafas por semana, e isto numa semana “normal”. Porque se organizar um jantar com 3 ou 4 casais amigos, só esse evento consome pelo menos outro tanto. O bairradino bebe espumante antes de se sentar à mesa (sempre), durante a refeição (dependendo do prato) e depois da sobremesa (com frequência). 
E Olé!!

segunda-feira, novembro 09, 2015

A caminho de Lamego



Um dos mais importantes agrupamentos de escolas de Lamego pretende realizar um evento das comemorações do 135º aniversário com o lançamento de um "meuselo" que  adquiriram recentemente, pretendendo ainda uma “palestra” sobre a história do selo e a importância do colecionismo.

Vou a caminho amanhã - e ficarei para quarta feira - na cidade antiga de Lamego.  O "episódio" está marcado para as 10,30h, do dia 11, no agrupamento de escolas Latino Coelho, de Lamego.

Diz-se que foi neste local, mais propriamente na Igreja de Almacave, uma das maiores jóias arquitectónicas do município, que D. Afonso Henrique teria reunido as Primeiras Cortes assim que Portugal nasceu como nação independente. 

Parece que não é verdade... Tratou-se de uma mentirazinha branca e piedosa dos apoiantes dos valentes conjurados de 1640, querendo desta forma provar que D. Catarina nunca teria direito à coroa portuguesa, exactamente devido à Lei Sucessória supostamente aprovada em Lamego, em 1143.

Nessa lei salientavam-se os seguintes pontos: as mulheres tinham o direito de sucessão e não poderiam casar com estrangeiros ou, no caso de virem a fazê-lo, nunca o seu marido poderia reinar em Portugal, porque era tido como princípio sagrado que o pais nunca fosse governado por «estranhos».

Pode não ser verdade a estória das Cortes, mas não deixa Lamego de ser terra importante por muitos outros motivos: o vinho excelente ( desde os espumantes até ao vinho do Porto); a gastronomia local, aprimorada pelo saudoso Sr. Azevedo do Portucale, ali nascido; e  por ser ainda ( ou ter sido) o berço das nossas tropas especiais, os  "Rangers".

Por isso lá irá o "nutrido" (ando a perder peso, por isso alterei a nomenclatura da "besta"). E darei informações no facebook se houver novidades a testemunhar.

Novo Post apenas na Quinta Feira, dia 12.

sexta-feira, novembro 06, 2015

Para descansar a vista



Numa sexta feira que antecipa uma grande semana política retomo aos poemas.

Será de rigor uma ode heróica, que levante os corações com som de trombetas, ou, pelo contrário, um soneto mais doce a deitar água na fervura, lembrando que para o bem e para o mal estamos todos no mesmo barco -  gordos e magros, de esquerda ou de direita, louros ou morenos, homens ou mulheres?

E esta "jangada de pedra" não é crível que se destaque pelo picotado e faça caminho para os trópicos nos tempos mais próximos...

Assim sendo há que aprender a viver na Europa e com a  Europa. Qual Europa? Pois aí é que a porca torce o rabo...

Venha de lá então uma rábula. Um poema satírico para comentar a "situação" à moda do Zé Povinho.

Do grande Manel de Setúbal, Elmano Sadino,  aqui vai uma "Sátira" certeira:

Sátira
Besta e mais besta! O positivo é nada...
(Perdoa, se em gramática te falo,
Arte que ignoras, como ignoras tudo.)
Besta e mais besta! Na palavra embirro;
Que a besta anexa ao mais teu ser define.

Dás-me louvor servil na voz do prelo,
Grande me crês, proclamas-me famoso,
Excelso, transcendente, incomparável,
Confessas que d'Elmano a fúria temes...
E, débil estorninho, águias provocas,
Aves de Jove, que o corisco empunham!

És de rábula vil corrupta imagem;
Tu vendes o louvor, como ele as partes,
Mas ele na enxovia infâmias paga,
E tu, com tústios, que aos caloiros pilhas,
Compras gravatas, em que a tromba enorme
Sumas ao dia, que de a ver se embrusca,
Qual em tenra mãozinha esconde a face
Mimoso infante de papões vexado.
Útil descuido aos cárceres te furta,
À digna habitação de ti saudosa
(Digo, o Castelo), estância equivalente
Aos méritos morais, que em ti reluzem.

De saloios vinténs larápio sujo,
A glória do teu ódio restitui
A quem no teu louvor desacreditas.
Se honrada pelos sábios d'Ulisseia
(D'Ulisseia não só, de Lísia toda)
Galgando a Musa minha aos céus não fosse,
E se a nojenta epístola brotasse
Dentre o lameiro das ideias tuas,
Em regras, que são mais ou que são menos
Do que exigem do metro as leis d'Apolo
(Em regrinhas aquém e além do metro,
Que versos hão-de ser, ou versos foram,
Quando o que a Musa quer é só que o sejam),
Dissera a gente, gritaria o mundo:
«Louvado e louvador são dois patetas!»

Ó versos aleijões! De Insauro ó versos!
Prosa de toda a gente e versos dele!
Fora! Eu me benzo, eu renuncio o pacto!
Antes um corno pelos peitos dentro,
Que um verso de Saunier pelos ouvidos,
Bem que, indagados de atenção miúda,
Sinónimos parecem corno e verso,
Quando em linhas venais galegos tentas,
Teus sócios, teus colegas, teus patronos;
Ou quando sensabor, ou quando insano
Louvas de graça e por dinheiro infamas
(Que a resposta, eu bem sei, rendeu-te cobres).

Falas em faixa? E com que faixa, e como!
Não sabes que, apesar da atroz gravata,
Sai teu focinho a malquistar-te às vezes
Com quantos olhos há, que todos negam
Seres da espécie racional primeira,
E a negra forma macacal te impinge?
Quindorna tens, que por amor te engoma.
Tanto sofreis, ó Cotovia, ó Taipas!

Jamais se envileceu luxúria tanto,
E tanto na eleição jamais cincaste!
Só se vós por ser burro amais Insauro!
Esses podres c..., que vendem peste,
Esses, meu nome, teu trovão, teu raio,
Esses, em súcia torpe, aonde és gente,
Meu nome, a glória minha enxovalharam;
Que mulher de decoro, esposa virgem,
Se manchasse em te ouvir seu grau, su'alma,
O caos volvera e se abismara o globo.

Espoja-te a meus pés, baqueia, ó bruto,
E em actos burricais o que és pregoa!
Ou da matula vil, onde patinhas,
Irás à Fama em sátiras d'Elmano,
Que é pior para ti do que ir ao Letes!

Bocage, in 'A António Crispiniano Saunier


quinta-feira, novembro 05, 2015

Comer fora encarece à medida que nos aproximamos de Lisboa





A "inspecção" ao pavilhão multi-usos da Câmara Municipal de Viana de Castelo correu muito bem. Trata-se de um equipamento moderno, cheio de particularidades que o tornam de utilização fácil e adequada a vários tipos de eventos, desde concertos rock e competições desportivas até ao caso que lá nos levou, a XXII Exposição Filatélica LUBRAPEX que comemora aqui em Portugal, em 2016, os 50 anos de existência, sendo por isso considerada a mais antiga exposição bilateral do mundo (Portugal-Brasil).

Aproveitando a ida a Viana visitámos três restaurantes:

A antiga casa de pasto Maria de Perre no centro da cidade de Viana, mesmo ao lado do beco da Cova da Onça, nome que deixará alguma nostalgia aos noctívagos lisboetas dos anos 60 do século passado. Um belo bacalhau à Narcisa e um belo cabrito (verdadeiro). Vinhos verdes de Ponte de Lima.

A Tasca da Linda, junto ao porto de pesca. Reino do peixe fresco e marisco.

E depois, cá mais para baixo, em Fátima, a conhecida e badalada Tia Alice. A chanfana e os arrozes (de pato, de carnes à antiga, etc...) fizeram a sua merecida fama.

Comemos sempre bem. E os preços foram sempre também muito inferiores aos de Lisboa, para  comeres  e vinhos homólogos.

Desde os menos de 25 euros por cabeça na Maria de Perre, até aos 40 euros na Tasca da Linda, mas aviando marisco (meio kg de percebes galegos e mais meio kg de camarão da Aguda) e peixe fresco (um magnífico peixe-galo de 1,6 kg). Na Tia Alice subiu a conta, mas aí foi influenciada pelo grande vinho tinto D. Berta Reserva de 2011 ( duas garrafitas).

A bem ver as coisas, e passe a anedota, quanto mais nos aproximávamos de Lisboa mais caro pagámos... Isto porque a Tasca da Linda fica a sul da Maria da Perre...

Estou em crer que  - se tirarmos fora desta equação alguns estrelados restaurantes algarvios -  também notaríamos um semelhante incremento de preço médio por refeição se nos tivéssemos deslocado do Sul para Lisboa.

Lisboa continua a ser o tal aglomerado de "muitas e desvairadas gentes", ponto de atracção fatal para portugueses e estrangeiros, e serve-se disso para aumentar os preços.  O que se nota sobretudo no factor de multiplicação  do preço dos vinhos servidos em restaurantes.

Mas cuidado! O Porto está cada vez mais na moda e faz já sombra à capital como factor de atracção turística. E se para além dos pontos de interesse começar a constar a "bondade" dos preços da alimentação?  Qualidade acima da média já por lá existe...

Dá-me vontade de cantar a moda de Mirita Masimiro e de Amália: "Lisboa! Não sejas francesa!"

segunda-feira, novembro 02, 2015

Em Viana do Castelo (de novo)



Amanhã e Quarta Feira estou em Viana do Castelo para reuniões preparatórias da LUBRAPEX dos 50 anos - XXII Exposição Filatélica  LUBRAPEX, entre 26 de Abril e  1 de  Maio de 2016
 com a autarquia.

Estimo que um  novo Post seja colocado apenas na Quinta feira, 5 de Novembro. Até essa altura espreitem o "face". Pode aparecer algum tema de reportagem...

Revisitar o passado



De vez em quando faz bem à alma fazer o conhecido "walk down memory lane" . Fizemos isso Sábado passado, como já dei testemunho no "Face", reunindo o "grupo dos 7".

 Nada que tenha a ver com a Enid Blyton da nossa meninice, nem sequer com o infame "bando dos 4" da época de Mao. Os "7" são (somos) colegas do ISCTE que formaram um grupo de trabalho desde o 1º ano (1972) quase até ao final do curso. E como alguns de nós já não nos víamos desde 1977 (!!) fomos todos matar saudades com um almoço no Restaurante Jockey do Campo Grande.

De onde só saímos quando estavam os nossos amigos empregados a pôr os talheres para os jantares... Eram as  recordações a virem à tona da água com a força  da "pororoca" a  invadir o delta do Amazonas.

Existem  algumas canções obrigatórias da Pop\Rock onde estas nostalgias boas são evocadas. Para mim a melhor é de Paul Simon (1975) "Still crazy after all these years" que deu ao cantor um Grammy pela interpretação. Podem ouvir aqui:

http://letras.mus.br/paul-simon/77318/

E como na Sexta feira faltou o habitual poema, aqui vos deixo "Still crazy after all these years".

I met my old lover
On the street last night
She seemed so glad to see me
I just smiled
And we talked about some old times
And we drank ourselves some beers
Still crazy after all these years
Still crazy after all these years

I'm not the kind of man
Who tends to socialize
I seem to lean on
Old familiar ways
And I ain't no fool for love songs
That whisper in my ears
Still crazy after all these years
Still crazy after all these years

Four in the morning
Crapped out
Yawning
Longing my life away
I'll never worry
Why should I?
It's all gonna fade

Now I sit by my window
And I watch the cars
I fear I'll do some damage
One fine day
But I would not be convicted
By a jury of my peers
Still crazy
Still crazy
Still crazy after all these years